Autismo - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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Autismo
01.03.2007

Após 63 anos da primeira referência, o autismo ainda desperta mais perguntas do que respostas. Contudo, muitos mitos e errôneas interpretações estão pouco a pouco sendo superados e há favorável evolução no tratamento. Existem diferentes formas de autismo, desde casos severos, com sintomatologia pronunciada, até os de leves alterações, bem como outros que têm características próprias, como, por exemplo, a síndrome de Asperger, que se identifica por normal ou mesmo alta habilidade intelectual e sociabilidade bastante comprometida. Como o próprio nome sugere, a pessoa autista tem dificuldade de interação social, quase sempre parece não perceber a proximidade das pessoas, é ensimesmada e apresenta comportamento repetitivo. Os sinais geralmente começam antes dos três anos de idade e os meninos são mais acometidos do que as meninas, embora no sexo feminino encontram-se os casos mais graves. São diversificadas as manifestações das desordens cerebrais que afetam a comunicação, as quais se apresentam com variações de intensidade além de incidirem irregularmente. Devem chamar a atenção: pouco contato visual, repetição de palavras (ecolalia), conduta reservada, tendência para girar objetos, recusa a abraços e afetos, indiferença às recomendações verbais (como se fosse surdo), dificuldade para se reunir com outras pessoas, aparente insensibilidade à dor e aos ferimentos. O que se pensava ser falta de emoção e incapacidade de amar, sabe-se agora que são componentes da deficiência de comunicação. O mesmo acontece com a suposta alta incidência de retardamento mental, hoje analisada de forma diferente. De acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, a incidência do autismo tem aumentado no país. De cada grupo de 166 crianças nascidas, 1 apresentará sinais e sintomas que justificam o diagnóstico no largo espectro dessa disfunção cerebral. Isto representa o dobro do encontrado há 10 anos, e 10 vezes a estimada incidência de 40 a 50 anos atrás. Assustam estes números quando comparados com os números da diabetes juvenil, pois são 3 vezes superiores. No Brasil, os dados são menos alarmantes, talvez por menor conscientização do problema, com muitos casos passando despercebidos ou sendo erroneamente diagnosticados e tratados inadequadamente, inclusive como se fossem doentes mentais de severidade variável. As causas do autismo continuam sem definição. Acreditam os pesquisadores em uma combinação de vulnerabilidade genética com fatores ambientais, além da evidência de anormalidades no sistema imunológico. Importa saber-se que é elevado o número de pessoas portadoras de dificuldades de comunicação e de socialização, as quais podem se alinhar dentro do largo espectro do autismo. Quanto antes for feito o diagnóstico, mais possibilidades de adequado acompanhamento clínico/psicológico, com melhores resultados na evolução do caso. A sociedade precisa estar atenta a essa questão, com prioridade para as famílias, os pais, os profissionais responsáveis pelo diagnóstico e tratamento, além dos educadores, em todos os níveis. Crianças, adolescentes e adultos portadores da síndrome necessitam de afetuosa e especial atenção, pois autismo também começa com a, de amor.

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