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Encontro: Dr. Dráulio (Inst.Cérebro) aborda a epilepsia
11.05.2012
Em casos de Epilepsia, ressonância magnética aliada à medição de disparos cerebrais reduz riscos de cirurgia
Apesar de ter acometido personagens ilustres da história mundial (como os escritores Machado de Assis e Dostoievsky), a Epilepsia é uma síndrome a qual ainda são atribuídos, pelo senso comum, conceitos errôneos. Segundo dados apresentados pelo Prof. Dr. Dráulio de Araújo, membro do Instituto do Cérebro da UFRN, 6.600 milhões de pessoas no mundo foram diagnosticadas com epilepsia; desse total, 180 milhões são brasileiras. Dráulio ministrou a palestra “Imagem funcional por ressonância magnética e suas aplicações em Epilepsia”, durante a sexta edição do Encontro de Anatomia UNI-RN, na manhã desta sexta-feira (11), no Hotel Parque da Costeira.
Etimologicamente, a palavra Epilepsia (epi e leptos) faz referência a um ser subjugado, tomado, possuído. A perda da consciência e do controle dos movimentos – a forma em que a síndrome é comumente conhecida – são sintomas de apenas um tipo específico de epilepsia.
Na verdade, esclarece o palestrante, a epilepsia é um grupo de doenças caracterizadas por crises paroxísticas causadas por atividade elétrica cerebral anormal. Essas crises podem surgir como consequência de várias doenças e é necessário recorrência para fazer o diagnóstico adequado. A classificação das crises epilépticas varia quanto à localização; ao sintoma inicial e às características clínicas; e ao estado de consciência do paciente.
O funcionamento adequado da atividade cerebral depende do equilibro entre ativação e inibição dos neurônios. Quando ocorre o excesso da atividade dos neurônios, como é o caso da epilepsia, isso pode acarretar a morte celular, daí a necessidade do tratamento.
Não existe tratamento único para a Epilepsia. Em casos de menor complexidade, basta a combinação de tratamentos farmacológicos. Em situações de epilepsia refratária, tipo de maior gravidade da síndrome, a cirurgia é indicada.
Então, surge a necessidade da utilização das imagens pelos médicos. As representações do cérebro servem para uma avaliação pré-cirúrgica do paciente. “Temos que utilizar as imagens médicas sob dois panoramas: garantir que o individuo vai ter o menor déficit possível com a retirada do tecido epileptogênico; e descobrir qual é esse tecido no cérebro”, ressaltou o Prof. Dr. Dráulio de Araújo.
São métodos de colher imagens médicas, o raios-x, a ultrassonografia, a medicina nuclear e a ressonância magnética. No caso da ressonância magnética, é possível realizar o mapeamento intracortical para obter as características funcionais da área do cérebro. Esse método determinará quais áreas o neurocirurgião deverá evitar durante o procedimento cirúrgico.
Para Dráulio de Araújo, um melhor diagnóstico da Epilepsia é possível através da junção entre o eletroencefalograma (medição dos disparos cerebrais) com a ressonância magnética.
O Encontro
O VI Encontro de Anatomia da UNI-RN continua com palestras durante toda a sexta no Hotel Parque da Costeira. Neste sábado, a programação será de minicursos, no campus UNI-RN. Este ano, o evento comemora os 60 anos da Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA).
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