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Pesquisadora da USP terá minicurso no XI Encontro de Anatomia
03.04.2017

Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP) e doutorado em Neurologia pela mesma instituição, a doutora Valéria Fazan é uma das convidadas do XI Encontro de Anatomia do UNI-RN, que será realizado de 6 a 8 de abril, na instituição.  A pesquisadora vai ministrar minicurso sobre Morfometria de nervos – técnicas e aplicações. 

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“A morfometria de nervos tem sido amplamente utilizada para investigar modelos experimentais de doenças que acometem o sistema nervoso periférico, tais como o diabete, a hipertensão e o envelhecimento”, informa a doutora. Ela esclarece, ainda, que a utilização de técnicas morfométricas para diagnóstico de neuropatias periféricas é também extensamente utilizada na prática clínica, de forma que essa técnica torna o diagnóstico o mais rápido e confiável possível. 

A pesquisadora detalha que a morfometria (ato de medir ou processo de estabelecer medidas) é utilizada tanto no diagnóstico de neuropatias periféricas quanto em estudos que visam determinar padrões normais de estruturas para, a partir de então, comparar as mudanças decorrentes de processos patológicos ou àquelas cansadas pelo envelhecimento. Ela pode ser obtida através de métodos manuais, semiautomáticos ou automáticos. 

“Acredita-se que os métodos manuais sejam consumidores de tempo, tediosos e imprecisos, em função do exaustivo trabalho do pesquisador e da subjetividade na tomada de decisão das estruturas a serem morfometradas. Por outro lado, métodos automáticos, sem a intervenção do avaliador, podem falhar na contagem e medidas de fibras de pequeno calibre ou acrescentar na contagem outras estruturas que não fibras nervosas. Assim, tanto métodos manuais quanto automáticos poderiam gerar dados não muito fidedignos”, ressalta a doutora Valéria. 

Por isso, ela conclui, alguns autores acreditam que métodos semiautomáticos, que permitem a intervenção de um avaliador, seja uma boa escolha, pois possibilitam a interação entre o pesquisador e o computador, eliminando-se, assim, os erros dos métodos automático e manual. 

O que é neuropatia periférica

Neuropatia periférica refere-se a um dano no sistema nervoso periférico, ou seja, uma vasta rede de nervos que transmite informações do encéfalo e medula (sistema nervoso central) para o resto do corpo. Os nervos periféricos também são responsáveis por trazer informações quanto à sensibilidade para o sistema nervoso central, como um dedo queimando, por exemplo. Como cada nervo tem uma função altamente especializada em cada lugar do corpo, uma variedade de sintomas pode ocorrer quando os nervos são atingidos. Algumas pessoas podem queixar-se de formigamento temporário (parestesia), sensação de agulhas perfurando corpo, choques ou queimação, bem como fraqueza da musculatura, entre outros sintomas.  (Baseado em texto do Office of Comunications and Public Liaison, pertencente ao National Institute of Health, EUA).

Sobre Valéria Fazan

Possui graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (1991), mestrado em Morfologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (1995) e doutorado em Neurologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (1999). Realizou Doutorado-Sanduíche na Universidade de Iowa, com a qual mantém relações científicas estreitas. Atualmente é professora da pós-graduação em Ciências Morfológicas na Universidad de La Frontera, Temuco, Chile. Ocupa o cargo de professora associada nível II da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, no Departamento de Cirurgia e Anatomia, sendo responsável por várias disciplinas da graduação, particularmente nos cursos de Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Ciências Biomédicas. Tem experiência na área de Morfologia, com ênfase em Anatomia Humana e Animal, e Neuroanatomia atuando, principalmente, nos seguintes temas: anatomia macroscópica, hipertensão experimental, diabete experimental, neuropatias periféricas e envelhecimento. Realizou dois estágios de pós-doutorado no exterior (Central Microscopy Research Facility e Department of Anatomy and Cell Biology, ambos na Universidade de Iowa), atuando diretamente nas linhas de pesquisa em anatomia e neurociências.