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Árvores de Natal
07.12.2006
Para o Natal que se avizinha, as árvores vivas de Natal foram preparadas com vistosa iluminação, a fim de alegrar as noites das principais ruas, praças e avenidas da cidade. Essa iluminação artificial, usada aqui e alhures, evoca sentimento efusivo que envolve a todos - ou quase todos - no período natalino. Todavia, as árvores de Natal, diuturnamente, oferecem um espetáculo de beleza para os olhos e de paz para a alma. Não precisam de pingentes para representarem a inigualável estética da natureza. Nada contra as plumas e os paetês que lhes são adicionados. Mas, parecem que elas, as árvores, ficam a perguntar: por que não olham para nós, para verem o quanto somos belas sem adornos artificiais? Por que não apreciam nossas formas e cores que saem do chão e se projetam no espaço para compor cenário natural, como benesses que fluem do viço da terra?
Os afazeres do dia-a-dia e a rotina dos percursos diários fazem passar desapercebidas as belas frondes que se elevam ao longo das ruas e avenidas, nos campos, nas praças e quintais, com suas variações coloridas de caules, folhas, flores e frutos. A floração das craibeiras de Natal, por exemplo, é um fascinante brinde à vida, que a natureza nos oferece de forma espontânea e graciosa. Ocorre geralmente no mês de outubro e começo de novembro, quando essas árvores cobrem-se de amarelo em virtude das copas ficarem quase totalmente revestidas de belas florzinhas. Quem não teve o privilégio de apreciar esse espetáculo, aguarde para a próxima encenação, tendo o cuidado de lembrar que são apenas poucos dias, desde o desabrochar até a queda das flores, para formar tapete amarelo sob a copa das craibeiras. De repente, nesta época do ano, outra linda visão: o lilás surge em focos no meio da mata, nas dunas que margeiam nossa cidade. É a floração dos ipês-roxos, quando a natureza revela toda sua magia.
E os oitis? Já repararam como são belos os oitis - ou oitizeiros - de Natal? São árvores de um verde fechado e com leve pontilhado branco. De copas amplas e densas, oferecem sombra uniforme e acolhedora. São tão aclimatadas e tão harmonizadas com o cenário urbanístico que parecem reivindicar a condição de árvore-símbolo de Natal. Outras espécies se espalham pela cidade para amenizar a vida dos natalenses. As altaneiras algarobas, as castanheiras longilíneas e empertigadas, os diversos tipos de caprichosas acácias, algumas vestidas com cachos de pétalas amarelas, verdadeiras obras-primas. Os “flamboyants” com suas lindas flores laranja/vermelhas, o verde-amarelo dos brasileirinhos, o algodão silvestre, as mungubeiras da Jundiaí, o encanto do pau-brasil florido, o calmo balouçar dos coqueiros e das palmeiras; os jambeiros de belos frutos, com o verde forte e reluzente das folhas e flores de cor bonina, que se desprendem e atapetam com bonita coloração as suas sombras. Ah! As mangueiras e os cajueiros, árvores que dominam nosso bem-querer e nos presenteiam frutos deliciosos, bons para o espírito quando vemos, e bons para o corpo quando saboreamos.
Cuidemos das árvores de Natal, filhas da mãe-natureza que ornamentam todos os dias da nossa cidade. Cuidemos das já existentes - plantadas no passado - e incentivemos novos plantios no presente, para que Natal seja mais colorida e mais feliz no futuro.
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