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A babá, a dama e o prefeito
02.07.2009

Na Tribuna do Norte, li pequena nota sobre a morte de uma babá, por enfarte, ao ver um cão atacar criança de dois anos. A criança sofreu ferimentos leves, mas a babá Ercilina Cardoso da Silva morreu logo após chegar ao hospital. O cão havia escapado de um abrigo no fundo da casa, em Goiânia-GO, e a mulher de 52 anos que sofria de diabetes não suportou a emoção diante daquela cena desesperadora. Seu coração fraquejou pela angústia de ver a fúria do enorme cão da raça Fila ameaçar a vida da indefesa criança, a qual ela amava e que estava sob seus cuidados. Essa pequena nota do jornal me chamou a atenção, pois evoca o potencial de bons sentimentos que um ser humano pode possuir. Ela, a babá, pode-se dizer, transformou-se em heroína, não por gestos heróicos praticados, mas por algo até maior, qual seja a grandeza do seu amor e da sua compaixão, capaz de se revelar de forma tão dramática. Nesses tempos de tantos atos de barbárie, é preciso o destaque para fatos como esse, a fim de se ressaltar que nem tudo está perdido. O coração dessa mulher não suportou o peso da imensa bondade que ela guardava no próprio coração. Passo, agora, a texto lido na Folha de S. Paulo. Restrinjo-me quase somente a alguns trechos da Folha sobre a dama Lily Watkins Cohen Monteverde Bendahan Safra, filantropa e socialite gaúcha de 71 anos. Ela é a 701ª pessoa mais rica do mundo e a 87ª no Reino Unido, onde mora. “Watkins” vem do pai, inglês de ascendência judaica que emigrou ao Brasil, no começo do século passado. “Cohen” veio do primeiro marido, milionário argentino, com quem casou aos 19 anos e teve três filhos. “Monteverde”, recebeu de Alfredo, segundo marido, dono da rede Ponto Frio. Depois do suicídio de Alfredo, Lily mudou-se para Londres. Em Paris, conheceu o banqueiro Edmond Safra, durante um leilão no qual ambos disputavam uma obra de arte. Ele ganhou a parada, mas doou a ela a obra obtida por um lance maior. Da união entre os dois, resultou o último sobrenome, Safra, mas, antes deste, consta Bendahan, que proveio de breve casamento com um cidadão inglês. A matéria da Folha diz que a vida da rica senhora brasileira seria um “prato cheio” para biógrafos e roteiristas. Aqui em Natal, Alfredo Monteverde é nome de escola vinculada ao centro de neurociências criado pelo Professor Miguel Nicolelis. O próprio nome desse centro homenageia – justa homenagem – essa famosa mulher e seu último marido, já falecido: Instituto Internacional de Neurociências de Natal – Edmond e Lily Safra. Sabe-se que ela fez grande doação em dinheiro ao IINN-ELS, a maior entre todas as doações feitas no Brasil. Outra nota, também da Tribuna do Norte, é surpreendente: “Prefeito renuncia para viver amor gay”. O caso ocorreu nos Estados Unidos, na cidade San Ângelo, com cerca de 90 mil habitantes, no Texas. O ex-prefeito, J.W. Lown, de 32 anos, fora reeleito com 89% dos votos. Nessa cidade, vivia um imigrante ilegal por quem o prefeito se apaixonou. Os dois resolveram, então, dar prioridade aos fortes laços do amor homossexual, e foram para o México. Em entrevista, após a renúncia, Lown disse: “Nenhum cidadão dos Estados Unidos deveria se ver diante dessa decisão. Deixei uma casa. Deixei uma fazenda. Deixei uma carreira política promissora”. Os habitantes da cidade ficaram perplexos e, acredito eu, devem ter se dividido entre os que o apoiam e os que o criticam. As uniões homoafetivas, tema de discussão muito em voga nos tempos atuais, estão ocupando naturalmente seus espaços em todo o mundo. Porém, essa decisão do político do Texas causa espanto e faz relembrar a célebre frase de Blaise Pascal (1623 – 1662): “O coração tem razões que a própria razão desconhece”.

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