A mulher e a medicina - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
  • Home
  • Institucional
  • A mulher e a medicina

Notícias

A mulher e a medicina
11.10.2007

É impossível medir o quanto se perdeu com a ausência feminina nas mais diversas atividades humanas. Por séculos, metade da população esteve fora de qualquer ação produtiva, pois somente atuava no âmbito privado ou doméstico. Por exemplo, até meado do século XIX, as mulheres não podiam exercer a medicina, em quase todo o mundo. Raras eram as exceções, como na Itália, onde, desde muito tempo atrás, além de médicas, elas foram regentes de cátedras universitárias. No passado, ser parteira era o principal papel da mulher no campo da saúde. Na França do século XVII, ficou famosa a parteira Mme. Boursier, que prestou seus serviços a Maria de Medicis (1573-1642), mulher de Henrique IV. No Brasil, várias mulheres que exerceram a obstetrícia prática ficaram famosas. Entre elas, está Maria Josephina Matilde Durocher (1809-1893), francesa de nascimento mas naturalizada brasileira. Em 1834, aceitaram-na no curso de obstetrícia prática da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Parteira dos netos do Imperador Pedro II, Mme. Durocher, em 1871, ingressou como titular da Academia Nacional de Medicina, sendo, durante 50 anos, a única mulher a pertencer a essa Instituição. A história da medicina reproduz, à plenitude, a evolução dos direitos das mulheres na sociedade. Se na antiguidade tiveram acesso, mesmo que restrito, ao exercício da profissão, a partir da Idade Média até o final do século XIX, a medicina esteve sob total poder masculino. A Inquisição foi cruel com as damas que se aventuraram na missão de tentar a cura ou de aliviar a dor dos doentes, levando-as à fogueira em nome da religião. Por serem vistas como feiticeiras, muitas foram queimadas vivas, ao ousarem tratar com ervas os camponeses. Por outro lado, nas fases iniciais do Cristianismo, várias médicas foram reconhecidas e até mesmo subiram aos altares. É o caso de Santa Nicerata, que curou São Crisóstomo, e de Santa Irene de Roma, que tratou das feridas de São Sebastião, retirando as flexas cravadas em seu corpo. Santa Fabíola é outro exemplo. Rica de origem, vendeu todos os bens e criou o célebre hospital de Ostia (Itália), no ano 380. Cuidava dos doentes com profunda afeição, recolhendo-os da praça pública para o interior do Hospital. Hoje, a sociedade está aberta e se beneficia da atuação feminina de forma ampla. Na medicina, a mulher contribui de maneira efetiva e crescente para humanizar a profissão. A igualdade de gêneros venceu todos os obstáculos no âmbito acadêmico e na prática médica. Cada vez mais as escolas de medicina recebem as alunas, futuras médicas, já em número superior aos homens. Compare-se com os 200 primeiros CRMs do Rio Grande do Norte, cerca de 50 a 60 anos atrás, em que somente oito nomes são femininos. Entre esses, lê-se o nome da Dra. Etelvina Dulce, CRM 15, a primeira médica com registro no Conselho Regional de Medicina do Estado. Além de serem ótimas profissionais, no geral, as mulheres médicas, à semelhança de outras profissões, têm de conciliar seus afazeres com a destinação que a natureza e Deus lhes concederam. Se foi bom para as mulheres o acesso ao exercício da medicina, muito melhor foi para a arte e a ciência hipocráticas poderem contar com essas samaritanas no labor diário da profissão. Mulher e medicina, uma união perfeita para o bem da saúde e da vida.

VOLTAR
Whatsapp

Utilizamos cookies para assegurar que lhe fornecemos a melhor experiência na nossa página web.

Política de Privacidade Ver opções