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A Pandemia da Covid 19 acabou? Há poucos dias, faleceu um médico muito conhecido no Rio Grande do Norte, acometido pela infecção do Sars-Cov-2 que, no mundo, em cerca de três anos, causou a morte de quase 7 milhões de pessoas. Em uma sala de espera de uma Academia de Exercícios Físicos, uma mulher com aspecto de meia-idade usava máscara protetora facial, sozinha com esse equipamento entre todos os presentes. Tratava-se de uma médica, conhecida de minha mulher e logo começamos a conversar. Ela disse que o esposo falecera de Covid, depois de 60 dias em tratamento hospitalar, foram dias de muito sofrimento. A partir desse evento, ela não consegue sair de casa sem usar máscara.
No dia 5 de maio recente, o Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom, declarou o fim da emergência global em saúde, referente à Pandemia Covid 19. No entanto, explicou Adhanom: “A pandemia continua e pode voltar à condição de emergência de saúde. Uma nova variante pode surgir e ser devastadora. Este vírus veio para ficar, ainda está matando e ainda está mudando. É necessário manter as já conhecidas ações contra o vírus, como a vacinação, além das outras”.
Desde 30 de janeiro de 2020, a OMS havia decidido pela emergência em saúde pública, no caso de Covid 19. Essa condição alertou os países para o risco mundial da disseminação da doença. Uma emergência internacional é o nível mais alto de alarme previsto no Regulamento Sanitário Internacional, de 2005, que dá direito à OMS para traçar diretrizes globais frente a crises de saúde também globais.
No Brasil, que tem um dos melhores sistemas de saúde do mundo, o SUS, houve erros graves de gestão no controle da Covid 19, principalmente quanto à opção do Governo por medidas sem comprovação científica. O exemplo típico foi a escolha do tratamento com o kit Covid, cujos medicamentos eram ineficazes para a virose. E o debate da questão da doença transformou-se em debate político, com rumo errado a favor de soluções mágicas, em detrimento de opções por inspirações baseadas na ciência.
Esta decisão da OMS de alterar o status da Covid 19 ocorreu após análise cuidadosa do cenário da doença ao redor do mundo, durante vários meses de observação. Esse anúncio feito pela OMS traz novas esperanças para a saúde global, mas não desfaz a necessidade de se manterem os rigorosos cuidados na vacinação e nas medidas complementares a exemplo da higienização das mãos e do uso de máscara facial. Foi comprovado que há mais de um ano a Pandemia está em tendência de queda, com paralelo aumento da imunidade da população, diminuição da mortalidade e redução da pressão sobre os sistemas de saúde. Disse o Diretor Geral da OMS, sanitarista Tedros Adhanom: “O fim da emergência não é sinônimo de vitória total contra o vírus”.
Ele provocou uma morte a cada 3 minutos, no mundo, nos dias deste mês de maio/23. Volto ao caso da médica com quem conversamos, na sala de espera da Academia de Ginástica, que não se desliga da máscara facial. Pensamos que sua decisão se devesse ao forte impacto emocional pela morte do marido pela Covid 19, talvez, até seja, mas, diante do estágio atual da doença, ela está correta.
Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN
Texto publicado no jornal Tribuna do Norte, em 1º/06/2023
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