Notícias

Acadêmicos discutem aplicação da Lei Berenice Piana
26.05.2015

O UNI-RN e a OAB/RN promoveram palestra nesta segunda-feira (25) sobre a Lei dos Autistas no Auditório Central. O reitor do Centro Universitário, Daladier Cunha Lima, abriu os trabalhos ressaltando a importância em se discutir, dentro do universo acadêmico, temas relevantes que venham a contribuir com a formação do alunado. Em seguida, passou a palavra para a advogada Mayara Acipreste, presidente da Comissão de Direito à Saúde da OAB/RN, que cumprimentou os presentes e deu as boas-vindas à palestrante.

A convidada especial da noite foi a senhora Berenice Piana, autora da lei em debate. Ela contou um pouco sobre a história do seu filho, que é autista não verbal, e relatou as dificuldades que enfrentou para inseri-lo em um convívio social. “As escolas o rejeitaram dizendo que ele não poderia aprender e que não tinha jeito dele frequentar uma instituição de ensino. Isso me doeu muito porque eu sempre entendi que todos deveriam ir à escola, todos deveriam estudar”, disse.

Confira a galeria de imagens

Berenice mostrou ainda a situação das mães que, todos os dias, sofrem com o desamparo dos filhos pela falta de iniciativas públicas e privadas adequadas. Na ocasião, ela citou o trecho de uma música de Dom e Ravel, que diz: “você também é responsável, então me ensine a escrever. Eu tenho a minha mão domável, eu sinto a sede do saber”. Todos ficaram tocados com a delicadeza de suas palavras e sensibilizados com a causa por ela abraçada.

Após o forte relato das experiências vivenciadas por Piana, o Defensor Público Chefe Federal da unidade da Defensoria Pública da União em Natal, Wagner Kriger, ressaltou que as conquistas advindas da lei ainda são lentas e que, apesar de ter significado um grande avanço na seara jurídica, a norma ainda não vem sendo cumprida devidamente.

O objetivo do encontro foi debater a legislação citada, com vistas a esclarecer os familiares dos autistas sobre de seus direitos, bem como conscientizar os gestores das áreas de saúde e educação acerca de seus papéis diante dessa realidade.
No final foi aberto um debate com os palestrantes para tirar dúvidas, levantar questionamentos e propor sugestões de políticas públicas de saúde em defesa do autista.