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Alimentação ajuda no tratamento de doenças neurológicas
15.05.2007

Pessoas acometidas de doenças que afetam o sistema nervoso, como o mal de Parkinson, Alzeheimer ou esclerose, têm uma aliada no tratamento: a alimentação. Uma dieta balanceada – rica em frutas, verduras, peixes e isenta de gorduras saturada ou hidrogenada – ajuda a minimizar o estresse oxidativo dos pacientes, reduzindo a quantidade de radicais livres no organismo. O acompanhamento nutricional é importante porque, em alguns casos, algumas comidas chegam a interferir na absorção do medicamento. “Todos os pacientes portadores de doenças neurológicas necessitam de uma terapia nutricional para que possamos tratar e amenizar os sintomas, promovendo assim uma melhora na qualidade de vida”, defendeu a nutricionista Maria Lúcia Dourado, que atua nessa área, aliando nutrição e neurologia. Ela foi uma das palestrantes da Jornada de Saúde da FARN, e apresentou o painel “Terapêutica nas Doenças do Cérebro”, juntamente com profissionais de áreas correlatas. A nutricionista revelou ainda que os níveis de colesterol altos favorecem o acúmulo de amilóides – uma das substâncias responsáveis pela doença de Alzeheimer, no cérebro. Além disso, deficiência de vitamina D, cálcio e magnésio predispõem a esclerose múltipla. Maria Lúcia Dourado recomenda a terapia nutricional por diversos motivos. Um deles está relacionado ao tratamento da doença de Parkinson, cujo medicamento utilizado é Levedopa, que é pouco absorvido quando administrado junto com alimentos ricos em proteínas, como carnes, peixes e ovos. “Nessa competição geralmente quem sai perdendo é o remédio que não produz o efeito desejado. A recomendação é tomar o medicamento pelo menos uma hora antes das refeições”. Segundo ela, a ingestão contínua de altas doses de antioxidantes pode ser uma alternativa preventiva contra o mal de Parkinson. Outro motivo é que a desnutrição é um fator de risco para mortalidade na esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa que afeta os neurônios motores. Via alimentação precoce, é possível retardar a perda de peso e a atrofia dos músculos.