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Americano defende uso do cadáver nas diversas áreas da saúde
29.04.2011

Assim como o médico, o enfermeiro precisa ter um conhecimento profundo do corpo humano, já que é esse profissional que passa a maior parte do tempo com o paciente. E a aquisição desse conhecimento passa obrigatoriamente pelo estudo anatômico de cadáveres. Esse foi um dos pontos defendidos por Stephen Michael Dhuy, da University Of California, nos Estados Unidos, durante a palestra de abertura do V Encontro de Anatomia da FARN, na noite desta quinta-feira (28/04). “Médicos e enfermeiros precisam saber das mesmas tecnologias e conhecimentos, pois tratam do mesmo paciente”, diz o americano acerca da importância da anatomia em outras especialidades da área da saúde. A utilização do cadáver para estudo da anatomia é o foco central do evento e o palestrante principal não poderia ser mais apropriado. Michael Dhuy é diretor adjunto do programa de doação de corpos da Escola de Medicina daquela universidade, no campus da cidade de Irvine. O programa consiste na obtenção de tecidos para transplantes e também corpos inteiros destinados à pesquisa científica. O diretor falou sobre os desafios de se conseguir cadáveres em um país, onde mais de 40% dos corpos são cremados. “Diferente do Brasil, nos Estados Unidos, a ideia de doar um corpo não é normal. E isso se configura um desafio para conseguirmos esse material anatômico”. Outro entrave são as religiões, que dogmaticamente impedem a doação de corpos inteiros ou apenas os tecidos e órgãos. Segundo Michael Dhuy, o cadáver é essencial até para prática nos centros hospitalares. “Alguns procedimentos cirúrgicos exigem muito domínio da técnica e uma das maneiras de praticar é utilizando a técnica em cadáveres antes de fazer a cirurgia”. De acordo com o professor, a tecnologia não substitui o material anatômico. Ao contrário, complementa. Ele cita como exemplo o uso de Ipad, por exemplo, por parte de estudantes de anatomia. O equipamento pode reunir de forma prática diversas publicações e imagens sobre a anatomia. A tomografia também pode ser usada para complementar o ensino dessa ciência. A partir do próximo ano, os estudantes da University of California terão aulas de anatomia com base também na tomografia computadorizada de cadáveres feita antes de serem embalsamados. “A tecnologia requer mais doadores”, diz Michael Dhuy, destacando que é necessário fazer comparações e perceber as diferenças anatômicas. “As peças sintéticas de plástico são feitas de um mesmo molde. Não há diferença de uma para outra. São todas iguais. É bem diferente de se analisar, por exemplo, crânios de corpos diferentes. O aluno precisa dissecar cadáveres”. Ele apresentou a estrutura do programa montada na universidade californiana, que inclusive disponobiliza peças anatômicas para outras instituições de ensino superior dos Estados Unidos, e reforçou o cuidado ético na utilização dos materiais. “Na sala onde estão guardados o cadáveres, é proibido fotografar em respeito ao corpo. Estão ali [m estruturas semelhantes a estantes na sala de dissecação] a serviço da ciência e não são para ir parar em sites, como o Youtube”, enfatiza. Michael também explicou como funciona o processo de doação. Os familiares preenchem uma ficha contendo dados pessoais e informações sobre o corpo e a família doadora.

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