André Davim aborda relação entre genética e anatomia
21.05.2010
A solenidade de abertura da IV Jornada de Saúde da FARN surpreendeu os participantes. O professor de Anatomia, André Davim, substituiu muito bem a palestra do fisioterapeuta Bruno Mazziott, que não pôde vir a Natal por questões de saúde. O docente ministrou a palestra ‘Fatores Genéticos que determinam as Alterações Anatômicas’. O auditório do Praiamar Hotel ficou lotado e todos aplaudiram de pé as abordagens de André Davim, que também é membro do departamento acadêmico da Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA).
A abertura oficial foi conduzida pelo coordenador do evento, Robson Alves, que destacou a evolução da jornada ao longo dos quatro anos. Ele ressaltou que a programação traz temas voltados para todas as áreas da saúde, principalmente os de enfermagem, fisioterapia, educação física, psicologia e nutrição. Em seguida, o reitor da FARN, saudou os participantes. “Até sábado, teremos atualizações e discussões científicas para aproveitar. A jornada tem alcançado um nível de aprofundamento que poucos eventos nessa área conseguem obter em tão pouco tempo”.
Ao iniciar a palestra, André Davim defendeu a seguinte proposição: “vou mostrar para vocês porque todos pertencemos a mesma espécie, mas somos todos muito diferentes”. Ele apresentou diversos argumentos que ratificam a afirmação. Com base em características anatômicas e na disposição da sequência genética, ele mostrou o que difere uma pessoa da outra e defendeu a importância da variação genética para o ser humano. “Cada um é um espécime de nossa espécie. Quanto mais diferente formos, melhor”.
Segundo ele, os fatores que nos tornam diferentes estão relacionados ao genótipo, que pode ser alterado pelas mutações gênicas e pelo poliformismos, e também fatores externos, como alimentação e prática de exercícios físicos, que contribuem para modificar o fenótipo. André Davim falou uma curiosidade: o DNA mede em torno de dois metro. “É que ele fica tão compactado no cromossomo que quase não se acredita nisso. Mas, se desenrolarmos, ele irá medir isso”, garante.
Para o docente, o que determina as alterações anatômicas são recombinações gênicas, as mutações genéticas, e critica pessoas que ignoram a importância de microorganismo menos complexos, como os seres unicelulares. “Não existe isso de comparar evolução com complexidade, pois, se pegarmos uma sepse [uma infecção grave causada por bactérias], podemos morrer em poucos dias. Como um ser de composição tão simples é capaz de nos matar? Alguma importância ele tem para fazer esse estrago”. André também criticou a clonagem humana e deixou um alerta: “Todas as tentativas de mexer na seqüência genética foram desastrosas”.
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