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Nos dias atuais, é bem possível que Angela Merkel ficasse em 1º lugar, numa pesquisa de âmbito mundial, para escolher o principal líder político do planeta. Barack Obama, antes da derrota de Hillary Clinton, talvez fosse um concorrente nesse certame de opinião pública. Sincera, sóbria e discreta, há 11 anos no cargo de chanceler da Alemanha, o desgaste natural que sempre ocorre nesses casos de governo longo não se aplica a Ângela Merkel, a mulher mais poderosa do mundo, segundo a revista Forbes. Suas fotos, além de passarem a imagem de uma pessoa branda, tranquila e segura, destacam o losango formado por suas mãos unidas com a junção dos dedos polegares e indicadores, um símbolo da sua imagem pública. Seu partido político – CDU –, na campanha de 2013, ergueu em Berlim um outdoor com 2 mil metros quadrados, com as mãos de Merkel na forma de losango, além da frase: “O futuro da Alemanha em boas mãos”.
É provável que Angela Merkel, 62 anos, se candidate, em 2017, a mais um mandato de chanceler da Alemanha, cargo que ocupa desde 2005. Se conseguir esse feito e concluir o mandato, ela alcança o chanceler da República Federal da Alemanha que mais tempo ocupou o poder, de 1982 a 1998: Helmut Kohl. Em dias recentes, foi lançado um livro sobre a vida da chanceler alemã, não em formato habitual de biografia, mas sob o modelo de uma enciclopédia, com verbetes de A a Z. Trata-se do livro Das Lexicon Merkel, do jornalista Andreas Rinke, que traça o perfil pessoal e político dessa grande líder global.
O autor, Andreas Rinke, responsável pela área política da agência Reuters em Berlim, diz que a escolha do estilo enciclopédico ocorreu como uma reação ao contexto dominado pela “pós-verdade”. Nesse contexto da pós-verdade, as pessoas tendem a trocar a realidade por versões falsas, ou seja, reagem no calor das emoções e não sob a luz dos fatos reais. As mídias sociais, tipo facebook e whatsApp, exercem forte efeito no sentido de difundir e de expandir de forma rápida as distorções da verdade. Atribui-se à pós-verdade o sucesso do Brexit – saída do Reino Unido da União Europeia –, bem como a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. A cada ano, a Universidade de Oxford, por meio do setor responsável pela edição de dicionários, elege sua “palavra do ano”, e, em 2016, a escolha coube ao termo pós-verdade – post-truth. O autor do livro Das Lexicon Merkel defende o modelo enciclopédico por oferecer uma base factual mais precisa, ao se comparar com as obras biográficas tradicionais.
Em matéria na Folha, assinada por Diogo Bercito, alguns tópicos do livro ressaltam o perfil da chanceler Angela Merkel. A respeito do losango das suas mãos, uma marca pessoal de forte apelo, ela disse ter criado o gesto por razões práticas: “A questão era: onde colocar os braços?” Sua austera política de ajustes fiscais rendeu-lhe alguma impopularidade, mas a justificativa abafa a voz dos críticos: “O apreço pela austeridade resulta da sensação do dever cumprido em relação às próximas gerações”, frase que nos faz pensar no Brasil atual. A decisão de abrir as fronteiras alemãs aos refugiados se deve à sua formação cristã, bem assim para evitar possíveis problemas para o espaço comum europeu. Incluir e não segregar, foi a sua sábia opção.
Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN
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