Central de Relacionamento - (84) 3215-2917
WhatsApp - (84) 3215-2917
No decorrer dos dias da COP26, chamou-me a atenção o ativismo ambiental jovem, o qual, por várias vezes, roubava a cena. Louvo e aplaudo a maioria dos integrantes desses grupos, pois suas presenças e suas vozes são autênticas e transmitem os protestos guardados no âmago de grande parte da população mundial. Se não cremos na palavra e na coragem desses jovens, em quem vamos acreditar? Na abertura da Convenção do Clima, o grito de alerta também ecoou no planeta, quando o Secretário-geral da ONU, o português António Guterres, disse de alto e bom som: “É hora de dizer basta. Estamos cavando nossa própria cova”. Terminou a Conferência, e pelo que consta na mídia, restou um certo sentimento de frustração. As 196 delegações presentes na Convenção do Clima, diante dos terríveis eventos extremos, a exemplo de incêndios, secas, inundações, ciclones, tufões e muito mais, juraram de pés juntos tudo fazer para limitar o aquecimento global a 1,5ºC, com redução de gases do efeito estufa e de outras ações efetivas. Podemos confiar na verdade dessas promessas?
Volto ao tema principal do texto, a fim de me referir à ativista ugandense Vanessa Nakate, 25 anos, formada em Gestão de Empresas. Nada contra a jovem ativista sueca Greta Thunberg, mas quem brilhou agora em Glasgow foi a simpática africana Vanessa Nakate, cujo semblante tem tudo a ver com grande parcela das mulheres nativas do Brasil. Com sete anos a mais do que Greta, seus discursos são mais maduros e causam forte impacto. Em matéria da Folha, assinada por Ana Estela de Souza Pinto e Jéssica Maes, li que Vanessa Nakate acaba de lançar o livro “A Bigger Picture”, o qual mereceu o elogio da paquistanesa Malala Yousafzai, Prêmio Nobel da Paz em 2014. Cristã convicta, Nakate usa argumentos bíblicos em suas falas. Mesmo em momentos tensos, mantém-se calma, controlada e a expressão séria.
Em 06 de novembro vigente, Vanessa recebeu aplausos de milhares de ativistas, e, dois dias depois, destacou-se em assembleia de lideranças jovens do mundo, a qual contou com a presença do ex-presidente Barack Obama. Em 2020, durante o Fórum Econômico Mundial, em uma foto ao lado de quatro ativistas de pele branca, inclusa Thunberg, a agência Associated Press excluiu Nakate da imagem. Esse fato detonou protestos contra essa forma acintosa de racismo, o que fez a Agência se retratar, bem assim elevou às alturas a fama da jovem líder negra. Um ano depois, ela figurou como uma das 100 mulheres do ano da BBC. A famosa artista norte-americana Angelina Jolie, ativista do clima, que entrevistou Vanessa Nakate para a revista Time, chamou-a de “uma poderosa voz global”. O jornal britânico Financial Times, em recente edição, destacou-a na condição de “celebridade global on line”, afora a honrosa posição de ser capa da revista Time no mês de outubro passado. Viva Vanessa Nakate!
Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN
Artigo publicado na edição desta quinta-feira, 25/11/2021, do jornal Tribuna do Norte
Aumentar fonte ("CTRL" + " + ") ou ("COMMAND" + " + ")
Diminuir fonte ("CTRL" + " - ") ou ("COMMAND" + " - ")