As doenças de Ernest Hemingway - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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As doenças de Ernest Hemingway

Na história clínica do escritor Ernest Hemingway era comum os diagnósticos de hepatite, diarreia, gripes, sem falar nas lesões graves nas pernas, causados por estilhaços de granada.  Outra queixa quase diária era a ansiedade e a tristeza, por vezes confundidas com grave depressão. Em texto que publiquei há alguns dias, sob o título de “Depressão”, escrevi: “o suicídio é o desfecho mais trágico”.  Então, o grande pensador Hemingway terminou sua vida com um tiro de arma de caça, disparado por ele mesmo contra sua cabeça, em 1º de julho de 1961, com morte no dia seguinte, em Ketchum, no estado de Idaho, Estados Unidos.  Ernest nasceu em 21 de julho de 1899, em Oak Park, cidadezinha nas redondezas de Chicago.  Durante sua tribulada vida, morou nos Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Espanha, Suíça, Bélgica, Áustria, Alemanha, Turquia, Cuba, Quênia, Uganda e Filipinas.  Envolveu-se em muitas aventuras e perigos, em pescarias, caçadas, corridas de bicicletas e de cavalos, brigas de galo, esportes de inverno, touradas, lutas de boxe, envolveu-se com muitas mulheres, inclusive em quatro casamentos, doenças, tratamentos e desastres aéreos, sem esquecer de mencionar as duas grandes guerras, até chegar ao final trágico de julho de 1961.

Quanto ao escritor, ressalte-se que, desde os 23 anos, Ernest Hemingway teve seu nome em destaque. Logo cedo, passou a ganhar dinheiro com o que escrevia, em jornais, revistas ou livros. Talvez seja, no mundo, o escritor famoso que mais enriqueceu com sua produção literária.  Permitam-me repetir o que consta no ótimo livro Hemingway e Paris (um caso de amor), do escritor Benjamim Santos: “Desde o aparecimento dos primeiros contos e romances, lançados nos anos vinte, muitos dos seus companheiros de literatura admitem ou renegam sua influência sobre eles. Os críticos literários mergulham na análise de suas obras enquanto a maioria dos biógrafos se divide entre apaixonados, detratores ou sensacionalistas. Da mesma forma, seus leitores também se distinguem.  Há os que admiram cada um dos seus livros pela força literária; os que se agarram às aventuras do autor e o que ele escreveu a partir delas, e os que o rejeitam, acusando-o de predador da natureza, machista, exibicionista, impotente sexual, brigão e outras coisas mais.  Nenhum escritor do século XX teve a vida e a personalidade tão julgadas, e, por muitos, condenadas. Todos, porém, se dobram diante da beleza de alguns dos seus livros”.

Em 1917, com a frustração dos pais, foi morar em Kansas City e trabalhar no jornal Kansas City Star.  Os Estados Unidos tinham declarado guerra à Alemanha e, Ernest Hemingway queria ir para a guerra, mas foi impedido, por ser míope.  Porém, inscreveu-se e foi aceito para ser motorista de ambulância da Cruz Vermelha, no conflito mundial, nas colinas da Itália.  E é dessa sua passagem pela Cruz Vermelha, na Primeira Guerra Mundial, de que fala o excelente romance Adeus às Armas.  Outros livros de destaque:  Por quem os Sinos Dobram, O Velho e o Mar, Paris é uma Festa, O Jardim do Éden e O Sol também se levanta.  Em 1954, logo após o lançamento do livro “O Velho e o Mar”, Ernest Hemingway é contemplado com o Prêmio Nobel de Literatura.


Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN
Texto publicado na Tribuna do Norte, em 31/08/2023


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