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“Sem a música, a vida seria um erro”. Esta frase de Friedrich Nietzsche resume o amor da humanidade à pura expressão musical, bem assim aos grandes nomes dessa encantadora força do mundo. Entre esses grandes nomes, refiro-me a um dos maiores gênios da música, talvez o maior: Wolfgang Amadeus Mozart. Louvo-me, mais uma vez, de outro exímio pensador, Albert Einstein, que assim definiu o autor de A flauta mágica: “Mozart é o maior de todos os compositores. Beethoven criava sua música, porém, a de Mozart é de tamanha pureza que sentimos que ele apenas a encontrou, pois ela sempre existiu como parte da beleza interior do universo, esperando para ser revelada”.
Em qualquer estudo sobre o ambiente familiar de Mozart, a figura do pai, Leopold, destaca-se pela forte influência que exerceu sobre o filho, por vezes com excessivo rigor. Leopold casou-se em Salzburgo, onde morava, com Anna Maria, natural da linda cidade de St. Gilgen, e o casal teve sete filhos, dos quais somente dois sobreviveram, uma filha, Maria Anna, e um filho, Wolfgang Amadeus Mozart, que nasceu em 17 de janeiro de 1756 e faleceu em 05 de dezembro de 1791, aos 35 anos.
A irmã Maria Anna, que tinha a alcunha de Nannerl, também revelou talento musical, mas Leopold pressentiu o máximo dom que existia em Mozart, quatro anos mais novo. Acreditava que o filho era um milagre divino, cujo gênio ele tinha a missão de promover. Dentro dessa visão, Leopold planejou viagens das crianças para jornadas musicais nos grandes centros culturais da Europa. Mozart com seis anos e Nannerl com 10 começaram a viajar em coches, por estradas péssimas, sem conforto, com hospedarias sujas, enfim, em condições propícias para as doenças infecciosas. Entre as doenças infecciosas contraídas por Mozart, citam-se escarlatina em 1762, acessos de febre reumática, varíola, que lhe deixou marcas pelo corpo, febre tifoide, amigdalites e uma provável hepatite. A morte de Mozart ocorreu em Viena, e as doenças que causaram o óbito nunca foram esclarecidas, a começar pela hipótese de envenenamento, hoje aceita por uma minoria. A certidão de óbito registra “Febre miliar aguda”, algo difuso, cuja interpretação atual remete para infecção recorrente por estreptococos, com lesões crônicas dos rins e do coração.
Apesar de todas as vicissitudes que enfrentou em sua curta existência, a música de Mozart é, no geral, uma exaltação à vida. Sua magistral obra se compõe de 626 peças, classificadas pelo índice Köchel, criado pelo alemão Ludwig von Köchel, em1862. Assim, começa com um Minueto (K.1) e termina com o famoso Requiem (K.626), por ordem cronológica de quase toda a obra.
A vida de Wolfgang Amadeus Mozart, com tão poucos anos e com tantas doenças, é mais uma página da história da medicina.
Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN
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