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Os atletas russos podem competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, mas a Rússia, não. Os atletas vestem uniformes com a sigla ROC, das iniciais em inglês do Comitê Olímpico Russo. É a punição da Agência Mundial Antidoping, ao constatar que os russos praticaram o doping em competições internacionais. O Tribunal Arbitral do Esporte reduziu de 4 para 2 anos o tempo da punição. Sendo a Rússia um país profuso nos esportes, seus atletas sobem ao pódium de forma frequente, quando é mostrada a bandeira do ROC e, no lugar do hino nacional, ouve-se o Concerto para piano número 01, de Tchaikovsky. Teria sido melhor outro tipo de punição, que não constrangesse os atletas, mas ressalto o acerto na escolha da linda peça musical desse grande compositor.
Tido como o maior compositor russo de todos os tempos, Pyotr Tchaikovsky nasceu a 7 de maio de 1840, em Votkinsky, no sopé dos Montes Urais, e faleceu a 6 de novembro de 1893, em São Petersburgo, também na Rússia. O escritor Kenneth Mcleish, em livro sobre música clássica, afirma: “Em toda a história das artes do século XIX, houve apenas um outro gênio criativo cuja personalidade se comparava à de Tchaikovsky: o pintor Van Gogh (1853-1890) (...) Ambos produziram obras que, apesar de calorosas em sua expressão de dor pessoal, falam ainda assim diretamente e muito francamente a milhões de pessoas que não partilham de nenhuma das agonias da alma que lhes deram origem”. A primeira crise de depressão de Tchaikovsky ocorreu quando ele tinha a idade de 14 anos, com a morte da sua mãe, vítima de cólera. Há referências ao complexo de Édipo, do qual sofria o compositor, causa principal dos conflitos em relação às mulheres. A fim de ocultar sua homossexualidade, aos 36 anos, simulou um casamento, que durou somente três meses. Vítima de maldades e preconceitos, amargou muitas tristezas.
No início da década de 1860, sofreu sua segunda grave crise de depressão. As décadas de 1870 e 1880, foram de grande produção do compositor, mas também de intensa angústia existencial, e, por mais de uma vez, tentou suicídio. Fez algumas viagens pelo exterior, quando recebeu muitos aplausos em palcos da Europa. Aos graves problemas psíquicos, somam-se colite, úlcera péptica, além de outras doenças. Em 1853, logo após a estreia da sua peça “a patética”, Tchaikovsky contraiu cólera e faleceu. Há uma outra versão, de que fora induzido ao suicídio, com a ingestão de arsênico.
Mozart foi o compositor favorito de Tchaikovsky. Duas coisas fizeram-lhe bem. A primeira, foi uma amizade mantida por cartas, durante 14 anos, com uma rica viúva que lhe concedeu uma pensão anual, suficiente para viver em conforto. A outra, era sua rotina de escrever músicas. Sua produção é rica e variada, e difere da sua vida, pois oferece boas emoções, “dizendo algo esperado mas nunca da forma esperada”. O mundo é grato à Rússia, pelo legado dos seus heróis na ciência, no desporto, nas artes e nas letras.
Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN
Artigo publicado na edição desta quinta-feira - 05/08/021 - do jornal Tribuna do Norte
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