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Autismo e superação nos bancos da universidade
03.09.2012
Mobilizar a sociedade para um novo olhar sobre a pessoa com autismo e suas potencialidades. É assim que a estudante do 2º anos de Direito do UNI-RN, Nataly Pessoa, vem protagonizando sua história desde 2011, quando foi diagnosticada com Síndrome de Asperger, espectro de autismo. Para conscientizar e esclarecer sobre a síndrome, ela criou um blog onde conversa abertamente sobre o tema, e troca experiências com pessoas que têm autismo ou convivem com autistas: http://espacoautista.blogspot.com.br/. Nataly é uma das convidadas para o I Congresso Norte-rio-grandense sobre Inclusão no Ensino Superior, de 19 a 21 de setembro, confira programação completa e inscrições: http://congressoinclusao2012.blogspot.com.br/p/programacao.html
A síndrome de Nataly foi descoberta através da avaliação de seu histórico de vida com um psiquiatra. “Comecei o tratamento em 2009 e só após dois anos fechou o diagnóstico, uma vez que o autismo é mais comum em meninos”, explica. Estudos que buscam as causas do autismo apontam como o mais forte o fator hereditário. “Acredito que este é o meu caso, na minha família há pessoas com autismo”, comenta. Quando pequena, começou a andar com sete meses e só falou com quase quatro anos. Na época morava em São Paulo e seus pais não conheciam a síndrome. “Comecei terapia ainda pequena, mas o diagnóstico nunca chegava. Eu era sapeca e tinha TOCs repetitivos nas mãos, que tenho até hoje em momentos de muita ansiedade, comum em alguns autistas”, esclarece.
Em 2011, o pai participou de uma consulta e falou coisas marcantes da infância da filha, o que levou o médico ao resultado. “Passei um ano difícil me adaptando à nova situação. Tranquei o curso de Direito, com dificuldades de interagir com a turma e para me cuidar mais. Não é fácil descobrir que você tem uma síndrome na fase adulta, passei o ano muito muito triste,sem forças pra recomeçar, mas procurando melhorar. Estou aprendendo muito sobre a Síndrome e este ano voltei a estudar”, comemora. Nataly atualmente é acompanhada por três especialistas: psiquistra, psicopedagoga e terapeuta cognitiva comportamental, o que tem melhorado sua convivência social.
“Minha família e noivo sempre me apoiaram em tudo. O ano de 2011 chamo de escuro na minha vida, passou. Comecei um 2012 iluminado, voltei para o curso animada, amo o Direito. Gosto da turma e assumi na sala que sou autista”. Aprovada em um no concurso do Banco do Brasil em Brasília, ela aguarda a nomeação e comemora a conquista. “Estou tendo bom desempenho na graduação e fazendo boas amizades. Sou feliz em saber que sou autista, não gostava de passar por momentos tristes e não saber o porquê”.
PRECONCEITO – Nataly explica que as pessoas que convivem com ela a entendem e aceitam, mas o preconceito ainda existe. “Parte da sociedade não consegue conviver com as diferenças, por isso criei o blog, para divulgar informações sobre a síndrome”. Ao invés de lamentar porque fui discriminada ela acredita que a melhor forma de combater esse comportamento é com informação. “Recebo apoio de pessoas de todo o Brasil. O autista não é esquisito ou retardado, como muitos pensam. Somos determinados e focados, podemos casar, se formar, trabalhar e levar uma vida aparentemente normal, claro, com uma boa terapia, importante na vida e no crescimento pessoal e profission
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