Automedicação II - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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Automedicação II
15.08.2004

Voltamos à questão dos medicamentos produzidos para aliviar, controlar ou curar doenças, embora, paradoxalmente, possam se transformar em agentes causadores de malefícios ao organismo humano. Na avaliação correta entre os efeitos benéficos e os deletérios, está o mérito quanto ao adequado uso dos remédios. Assusta mais ainda o fato de que esses efeitos prejudiciais podem ser bastante significativos, além de só se tornarem evidentes, em alguns casos, após o medicamento ser consumido por vários anos e por muita gente, como ocorreu com o Vioxx. Depois dos testes realizados em animais para verificar a toxicidade e a capacidade terapêutica, um novo fármaco (palavra meio esquisita) passa para a fase de uso experimental em seres humanos. Então, desenvolvem-se várias etapas de prescrição monitorada, em um universo crescente de pessoas que se submetem aos ensaios clínicos. Avaliam-se, assim, o grau de eficácia e os possíveis efeitos colaterais, até haver autorização para consumo em larga escala. Mesmo com todos os cuidados (os quais, algumas vezes, são atropelados pela ansiedade mercantil), os riscos permanecem. Começaram a surgir, felizmente, reações à maneira de atuação da indústria farmacêutica, quando ela faz a saúde das populações permanecer a reboque da sua performance financeira. A reação mais contundente de todas que vimos foi a entrevista do Dr. John Abramson, da Universidade de Harvard (USA), concedida ao jornal Folha de São Paulo (03/01/2005), à qual nos referimos em artigo anterior. Dr. Abramson rasga de vez a cortina que ainda poderia estar encobrindo a dura realidade que envolve a produção e a comercialização de novos produtos farmacêuticos nos Estados Unidos. A própria comunidade científica, com apoio da mídia, tem pressionado a indústria farmacêutica. Essas reações estão dando resultado: grandes laboratórios mundiais resolveram rever suas práticas, tornando-as mais transparentes e consentâneas com as recomendações da pesquisa científica e com as expectativas dos usuários e consumidores. Não devemos deixar de tomar os remédios corretamente prescritos por médicos, quando estamos realmente necessitando. Afinal, a evolução da ciência não pode ser menosprezada. Como não reconhecer os benefícios advindos com os tratamentos propiciados pelos antibióticos, pela insulina e pela aspirina, para citar apenas três entre tantas outras excelentes drogas medicinais que aliviam sofrimentos e curam enfermidades? Todavia, temos o direito de nos proteger e não “pagar o pato” por erros e equívocos cometidos. A automedicação, em geral, deve ser evitada, e os médicos hão de ser cautelosos na prescrição terapêutica medicamentosa, sempre atentos às forças dos interesses comerciais que os cercam diuturnamente. Depois do episódio do Vioxx e de outros eventos há suficiente motivo para dizer: Cuidado! medicamentos (alguns) à solta. E acrescentar: “Gato escaldado tem medo d’água fria”.

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