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Avanço na cardiologia
14.09.2005
As diversas profissões mais diretamente vinculadas com a preservação da saúde dos seres humanos muito têm avançado na aplicação de inovações tecnológicas, pari passu com o desenvolvimento da ciência. Mesmo reconhecendo, infelizmente, que parte significativa da população mundial ainda está sem receber os mais elementares cuidados de saúde, é auspicioso o resultado benéfico que os avanços científicos podem propiciar no que concerne não somente a uma melhor qualidade de vida, mas também ao favorecimento da longevidade. Embora sejamos adeptos e usuários dos benefícios que nos trazem os êxitos da ciência, devemos evitar a adesão incondicional às “últimas novidades”, pois a prudência é sempre bem-vinda. Por outro lado, a sabedoria popular, mesmo na “era do conhecimento”, tem seu espaço garantido nesse contexto.
Saindo de uma visão geral para um foco mais particular, impressionam, sobremaneira, os métodos diagnósticos e terapêuticos usados pela moderna Cardiologia. Sem dúvida, essa especialidade médica tem sido competentíssima na utilização de novas tecnologias, tornando o trabalho profissional dessa área da medicina bastante eficaz e resolutivo. Assinale-se que essa evolução ocorreu em curto período, pois, não faz muito tempo, os infartos do miocárdio, por exemplo, eram de difícil prevenção, e, quando ocorriam, não havendo óbito, ficavam os doentes na expectativa do segundo evento, com diminuição de chances de sobrevida. Atualmente, as lesões coronarianas podem ser prevenidas ou detectadas precocemente. As artérias que irrigam as paredes do coração são visualizadas em imagens radiográficas perfeitas e, quando identificado algum bloqueio, o fluxo sanguíneo é restabelecido por meio de opção terapêutica adequada, em procedimentos que bem caracterizam o entendimento da arte com a ciência.
Nunca é demais comparar a rapidez atual das inovações tecnológicas com a lentidão das mudanças que ocorriam no passado. No caso específico da cardiologia, passaram-se mais de mil anos para que os médicos deixassem de encostar o ouvido diretamente no tórax da pessoa, fim de auscultar pulmões e coração, e passassem a usar um “revolucionário” equipamento, o estetoscópio. O francês René Laënnec (1781-1826), médico e músico, inspirando-se em uma flauta, transformou uma folha de papel em um cilindro, para obter melhor resultado na ausculta, e criou, assim, o primeiro estetoscópio da história da medicina. Não obstante o extraordinário desenvolvimento da cardiologia nas últimas décadas, o instrumento inventado por Laënnec, em versões modificadas, continua com sua indispensável aplicação no dia-a-dia da prática médica.
Há poucos dias, uma pessoa de minha afetiva amizade, com 88 anos, recebeu a implantação de dois stents em suas coronárias bloqueadas. Está toda feliz e fagueira, beneficiária que foi das novas tecnologias usadas por competentes profissionais da medicina. E a ciência não pára, avança com celeridade: a revista Time, edição de 05/09/2005, traz reportagem de capa sobre novas descobertas nessa área. Quão bom seria, entretanto, se o avanço científico fosse somente usado para o bem da humanidade, como o é caso da sua aplicação na cardiologia, especialidade médica que cuida do órgão cuja silhueta representa o símbolo do amor.
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