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Barreiras a fármacos é tema do Encontro de Anatomia
11.04.2014

Pode parecer estranho, mas muitas vezes o medicamento que se ingere tem quase nenhuma eficácia porque alguns órgãos do corpo possuem barreiras biológicas aos fármacos.  Esse foi o tema abordado pelo professor e pesquisador da UFRN, Arnóbio Júnior, em sua palestra na manhã desta sexta-feira, 11, no VIII Encontro de Anatomia do UNI-RN.
 
A via mais comumente utilizada para administração de medicamentos é a oral, mas barreiras biológicas impedem sua eficácia.
 
Existem as barreiras simples, como o trato gastro-intestinal, e outras mais complexas, como o cérebro. “O próprio trato gastrointestinal já constitui uma barreira (a passagem de substâncias através do estômago para chegar ao intestino)”, explica o professor. Nem todas as substâncias, afirma ele, conseguem ultrapassar essa barreira.  É o caso da insulina. “Até hoje não temos medicamentos de insulina por via oral”, afirma.
 
Outros órgãos possuem barreiras  mais complexas, como o olho, o fígado e os rins. Ele explica que ao se tentar administrar medicamento por via tópica no olho, por exemplo, a córnea tem uma barreira trilaminar que impede a substância de entrar no olho. “Menos de 5% da dose administrada (do medicamento) consegue efetivamente ultrapassar a córnea”, explica Arnóbio Júnior. 
 
Órgão muito bem protegido é o cérebro. Isso ocorre para garantir que apenas substâncias de interesse cheguem até ele, ensina o professor. A própria passagem do sangue para o órgão é limitada, ele ressalta. O pesquisador explica que muitas vezes o tratamento direcionado ao cérebro não é eficaz porque a substância não consegue chegar a ele de forma efetiva. “Fazer com que essas substâncias permaneçam mais tempo no organismo já é uma barreira”, observa o professor. 
 
Atualmente, tem se buscado novos carreadores. Já existem estudos em fase de desenvolvimento, principalmente voltados para o tratamento do câncer de cérebro. Em doenças que já se tem medicamentos convencionais estabelecidos, os protocolos de estudos levam muito mais tempo.

“Associando-se as novas informações sobre a biologia molecular dos tecidos afetados com os novos carreadores de substâncias eu acho que teremos, dentro de mais algum tempo,  resultados interessantes. Provavelmente, nos próximos 10 anos alguns desses novos medicamentos estarão disponíveis no balcão das farmácias”, prevê o pesquisador.
 

 


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