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Capacitação de clínica em hanseníase nesta quarta (02)
01.07.2008
Pelo segundo ano, o curso de Enfermagem da FARN e a Secretaria Municipal de Saúde são parceiros na campanha de combate à Hanseníase, doença endêmica no país, e alvo de campanhas de erradicação por parte do Governo Federal. Nesta terça-feira, 02 de julho, terão início as capacitações com médicos e enfermeiros do Programa Saúde da Família (PSF) da zona Oeste e alunos da FARN. A capacitação acontecerá no auditório, a partir das 8h, e contará também com representantes das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde e da ONG LRA. Ações de esclarecimento sobre a importância do diagnóstico e tratamento da doença iniciaram em 25 de junho.
Geralmente confundida com uma mancha de pele causada por micose, a hanseníase, popularmente chamada de lepra, pode passar despercebida até pelo médico. Atualmente o Governo Federal busca erradicar a doença no país, que significa atingir um índice de um caso para cada 10 mil hab., mas somos o segundo país do mundo em número de casos, perdendo apenas para a Índia, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Na primeira etapa será realizada uma capacitação para profissionais de saúde e acadêmicos, com cursos que abordarão o atendimento clínico e atualização em hanseníase, prevenção de incapacidades e seqüelas. Depois, os participantes vão realizar visitas às comunidades da zona Oeste da cidade, área de maior ocorrência da doença, de acordo com a SMS.
“A doença tem vários estágios e é comum ser tratada como outra micose ou vitiligo. Às vezes, as pessoas passam anos desenvolvendo a doença sem saber, e alguns profissionais têm dificuldade de diagnosticá-la”, observou Cléa Moreno, coordenadora do projeto. Ela ressaltou a importância do diagnóstico correto e precoce. “Convidamos os profissionais da rede pública de saúde para participar e, juntos, realizarmos um trabalho completo”.
As ações iniciaram em 25 de junho e seguem até o “Dia D” de alerta sobre a doença, em 06 de agosto. Para multiplicar o conhecimento sobre a hanseníase, uma competição entre estudantes de escolas municipais da zona oeste vai premiar os três melhores trabalhos envolvendo a doença nas áreas de música, desenho, redação ou poesia. O projeto tem o apoio da ONG LRA (The Leprosy Relief Association), que atua no combate à hanseníase, e teve a primeira edição em 2007, quando a SMS identificou os bairros com maior índice da doença.
Os locais receberam visitas dos alunos da FARN, que identificaram possíveis pacientes. “As pessoas que apresentaram os sintomas foram orientadas a procurar um médico. De 100 examinados, quatro obtiveram diagnóstico positivo, enquanto o índice de normalidade apontado pelo Ministério da Saúde é de apenas um caso para cada 10 mil habitantes. Somos o segundo país do mundo em número de casos, perdendo apenas para a Índia”. Lionésia Vale, aluna do 5° período, trabalha há três anos com hemodiálise, mas percebeu uma nova área de atuação. “Visitar as pessoas em suas casas, como as equipes do PSF, significou um crescimento enorme pra mim. Penso até em me especializar na área”.
No dia 30 de setembro acontece um simpósio em virtude do Dia Estadual da Hanseníase, encerrando as atividades do projeto. Para as próximas edições, a expectativa é estender as visitas à zona leste de Natal. “Há muitos casos lá e queremos aumentar o número de atendimentos”, esclarece Cléa.
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