Notícias
Convenção dos Cunha Lima
29.01.2010
Paraíba e Rio Grande do Norte são estados vizinhos que muito se parecem: na área física, no número de pessoas, nos hábitos, nos costumes, na alimentação e em vários outros aspectos. No passado, as capitais dos dois estados se ligavam por meio de trilhos pelos quais passavam os trens no percurso João Pessoa – Natal – João Pessoa, parando nas diversas cidades ao longo do caminho. As estações para cargas e passageiros eram símbolos do desenvolvimento, destaques na paisagem bucólica de cada lugar. Em certo dia dos anos 1920, desceu na estação do trem de Nova Cruz – RN a jovem paraibana Maria Júlia da Cunha Lima, recém-casada com o empresário nova-cruzense Otaviano Pessoa. No correr dos anos, o casal teve nove filhos. Pouco tempo depois da chegada de Maria Júlia, seu irmão, Diogenes da Cunha Lima, mal saído da adolescência, também chegava a essa cidade, vindo da Paraíba com o sonho de montar o próprio negócio, e, de começo, tornou-se mascate de tecidos. Diogenes casou com Eunice, que tinha também o sobrenome Pessoa, e o casal teve seis filhos. Essa é uma breve história dos Cunha Lima que vieram da Paraíba para se fixarem e criarem suas proles em Nova Cruz, região agreste do Rio Grande do Norte.
No dia 16 de janeiro de 2010, fui a João Pessoa-PB para viver momentos alegres, felizes e de muita emoção. Sob a batuta dos Cunha Lima de lá, a convenção da família reuniu parentes de vários graus, todos unidos não somente pelos laços genéticos mas também pelo afeto e pelos elos marcantes de identidade. Em maior número, estavam os descendentes dos meus avós, João da Cunha Lima e Maria José. Esse casal, que celebrou bodas de ouro em 1944, teve sete filhos: José, Maria Júlia, Demóstenes, Diogenes, Marieta, João (Joca) e Joana D’Arc. Um crachá, em diferentes cores, mostrava a descendência do portador. Foi uma festa animadíssima: música, dança, discursos, poesias, abraços, beijos, sorrisos, fotos, conversa solta, lembranças... Todas as idades estavam presentes, desde os que já venceram as sete décadas, até as crianças de colo. Da linhagem de Demóstenes, três são grandes líderes populares na Paraíba: Ronaldo, Ivandro e Cássio Cunha Lima. Ronaldo, o timoneiro, brilhante e muito querido; Ivandro, bondade plena, muito querido e brilhante; Cássio, carismático e consciente da sua missão de lutar com denodo e coragem, a fim de fazer o melhor pelo seu povo. Um outro grande líder popular cresce a cada dia, Arthur, filho de João (Joca); é o atual Presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba e seu futuro político é muito promissor. Diogenes – o genitor tinha o mesmo nome – recebeu o troféu de Cunha Lima do ano. Aliás, foi dele a iniciativa de promover a primeira convenção da família, em Natal, há cerca de cinco anos.
Ao adentrar no bonito local da convenção, conversei com Carlos Cunha Lima, um primo que gosta de rever a genealogia familiar. Ele foi a Portugal e, em pesquisa na Torre do Tombo, encontrou o sítio principal dos Cunha Lima, que está nos arredores da cidade do Porto. Perguntou-me por alguns parentes os quais pertencem a outro núcleo da família no Rio Grande do Norte, com raízes em Jardim do Seridó.
Mesmo que tenha ares um tanto pessoal, permitam-me este texto sobre a festa dos Cunha Lima, em João Pessoa. Se foi ótima em organização e em conforto, foi perfeita como celebração e reencontro. Se avivou as cores da amizade fraternal, deixou em todos nós a certeza de que vale a pena manter os bons vínculos de solidariedade, preservar os valores e fomentar o bem-querer no seio da família. Se mostrou as mudanças causadas pelo tempo, revelou também ser possível renovar-se com a beleza, a força e a luz que nasce nos olhos das novas gerações.
VOLTAR