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Doação de cadáveres para estudos acadêmicos em discussão
24.04.2010

A polêmica que envolve a doação de cadáveres para fins acadêmicos foi o tema da mesa-redonda reunindo profissionais das áreas da saúde, jurídica e humana durante o IV Encontro de Anatomia da FARN. A discussão envolveu a falta de peças nas faculdades do país e as questões cultural e jurídica. O assunto foi destaque na edição de ontem, 15, do Jornal de Hoje, mostrando a dificuldade das instituições de ensino em encontrar um cadáver para fins de pesquisa e o amparo legal que envolve a questão. Participaram do debate o professor de Anatomia da USP, Richard Halti Cabral; o professor da Anatomia da FARN, André Davim; o professor de Anatomia da UFRN, Judney Cavalcanti; o professor de Direito da FARN, Alan Barros e o professor de filosofia da FARN, José Eduardo. André Davim ressaltou a formação humana de qualquer pessoa, como primordial para a decisão acerca da concessão do cadáver. “Se você tem uma boa formação como pessoa, está mais estruturado para tomar decisões rápidas, principalmente sobre assuntos delicados”. A formação psicológica também foi compartilhada pelo professor José Eduardo, filósofo, que foi buscar na questão cultural a justificativa para a doação de cadáveres. “A visão que temos, uma sacralização do corpo, não tem mais razão de ser. Quando tudo passa a ser fenômeno, o eu desaparece porque se confunde com o corpo. Eu não acredito que o corpo humano possa servir para alguma coisa depois de morto que não seja a medicina. Mas, pra mim, doar o cadáver pra estudo acadêmico é uma forma de continuar vivo”, afirma. O evento segue com minicursos na tarde desta sexta, 16, e se encerra amanhã, com um workshop sobre técnicas de aprendizagem em Anatomia Humana, a partir das 9h, no audiovisual da FARN.