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São quase 130 anos desde que o regime republicano se instalou no Brasil, sem o país alcançar um padrão de desenvolvimento humano aceitável. Ao se olhar a situação do Brasil atual, levando-se em conta as mudanças e a evolução social ao longo do tempo, é fácil de se perceber a lentidão da melhoria da qualidade de vida do cidadão brasileiro. Será que ainda existe defensor de reinado? Contudo, um dos fatores mais positivos para manter a crença no alto destino da nossa nação é o sentimento democrático majoritário da sociedade como um todo. Hoje, o povo não abre mão do direito de escolher os seus líderes e representantes na esfera pública, os quais não podem prolongar o longo tempo já perdido. Para sair do marasmo, o mais urgente é a ênfase à educação. Na raiz de todos os males que afligem o país encontra-se o desprezo crônico à educação.
Estamos cansados de ver, de ler e de discutir os dados negativos do sistema educacional do Brasil. Os programas de avaliação, o Pisa, por exemplo, bem como os testes nacionais, mostram índices muito baixos de aprendizagem em Leitura, Matemática e Ciências, nas diversas regiões do país, com raras ilhas de exceção. Ao se comparar com os resultados de outros países, no ensino básico, os dados da educação brasileira são deploráveis. Afora isso, há grande déficit no número de alunos que chegam ao ensino médio, e, mais ainda, dos que o concluem. A relação entre nível educacional e emprego já se tornou muito conhecida. Sabe-se que a chance de galgar um emprego e de obter melhor salário tem conexão direta com o padrão educacional do candidato. Apenas com o ensino fundamental, o trabalhador terá 62% a menos na média salarial, ao se comparar com alguém que concluiu o ensino médio, e cerca de 200% abaixo de quem conquistou o diploma de curso superior. Essa chocante diferença de salários no Brasil é uma das maiores do mundo. É nítido o efeito nefasto na economia, pois baixa escolaridade causa baixa produtividade.
A boa escola começa pelo ensino infantil, de 0 a 6 anos de idade. É na creche onde se planta o sucesso do aprendiz do futuro, e nada é mais fácil de se entender. O americano James Heckman, prêmio Nobel de Economia – 2000, é um estudioso e entusiasta da educação infantil. À pergunta sobre a importância desse tema, ele disse: “É uma fase em que o cérebro se desenvolve em velocidade frenética e tem um enorme poder de absorção, como uma esponja maleável”.
Em ótima matéria da Folha de S. Paulo, de 22 de setembro de 2018, os jornalistas Fábio Takahashi e Paulo Saldaña mostraram propostas cruciais e urgentes para serem adotadas no sistema educacional do Brasil. Entre elas, destaco e cito apenas algumas: incluir nas escolas todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos; equiparar a qualidade de ensino básico, com oferta de escola pública de bom padrão, sem diferença com as unidades do setor privado; melhorar a formação docente, exigir bom desempenho e remunerar de forma digna, como fazem países de alto nível educacional, a exemplo da Finlândia, da Coreia do Sul e de Singapura. O Plano Nacional da Educação – 2014 – prevê investimento na área de 10% do PIB, até 2024. Porém, somente mais dinheiro não vai resolver. É preciso haver aplicação dos recursos de forma planejada, justa e correta, em função dos melhores resultados sociais. Educação de qualidade para todos é o único caminho.
Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN
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