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Problemas relacionados à vascularização do coração são a primeira causa de morte no mundo, correspondendo a aproximadamente 12% dos óbitos. O segundo lugar, com 10% do total de mortos, são os problemas de vascularização no cérebro. No Brasil, a situação não é diferente: em 2009 foram 350 mil vítimas que morreram em decorrência de doenças no sistema circulatório. Os dados foram apresentados como alerta pelo professor da USP, Dr. Richard Halti, que palestrou nesta sexta-feira (11) sobre “Anatomia Aplicada à prática”, no VI Encontro de Anatomia do UNI-RN, que acontece no Hotel Parque da Costeira.
Halti, que também é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA) e cirurgião cardiovascular, falou sobre a trajetória das pesquisas para tratamento das doenças cardiovasculares, e contou alguns casos concretos envolvendo as diversas doenças cardiovasculares, bem como as alternativas encontradas para tratamento ao longo dos anos até hoje, como: cirurgia de revascularização do miocárdio, revascularização transmiocárdica a laser. Um dos casos mostra a evolução do tratamento de miomas, localizados no interior do útero. Há alguns anos, a doença era geralmente resolvida com a retirada por completo do útero (histerectomia), o que impediria a gestação futura. Depois, entendeu-se que o mioma precisava de maior nutrição do que o restante do útero normal, e passou-se a nutrir menos o útero, levando à morte do mioma, pelo método de embolização da artéria uterina. “O útero continuava a receber sangue das artérias ováricas, enquanto o mioma deixava ser alimentado, vindo a morrer”.
“Tem muita coisa da anatomia que a gente ainda não sabe e pode vir a descobrir nos próximos anos, e ainda, podemos avançar para tornar as cirurgias menos agressivas, com pós-operatório mais simples, então é nessa perspectiva a importância de estudar a anatomia”, destacou o professor da USP. Ao final, Halti mostrou como os estudos anatômicos apontam para mais um benefício da atividade física. “Exercícios regulares fazem aumentar a produção de células progenitoras do endotélio (coração)”, disse. Ele concluiu a palestra com um alerta aos estudantes, sobre a verdadeira importância de conhecer a vascularização dos órgãos pela anatomia. “Vai ser importante para saber como ele recebe o sangue rico em oxigênio, mas também como isso vai repercutir no funcionamento do órgão e como tratar adequadamente, quando é alterada por cada tipo de doença”,concluiu.
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