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Esperança
01.06.2006
O que é esperança? A esperança é imanente à natureza humana? É um lenitivo ou uma razão de vida? Miragem, quimera ou caminho para a realidade? Suporte emocional ou simples devaneio? Alimento da alma e do espírito ou criatividade da mente? É essencial ou prescindível? Pode alguém viver sem esperança?
“Eis que conceberás e darás à luz um filho a quem chamarás pelo nome de Jesus”. Este enunciado simples e bonito, presente no Evangelho de São Lucas, profetizava a esperança, a maior que já existiu na terra, porque o Filho de Deus vinha para perdoar e salvar. Era o brilho da esperança que chegava para clarear as trevas das fraquezas humanas, a fim de libertar do pecado pelas forças das virtudes, que estão em conformidade com tudo que diz respeito às boas qualidades e às boas ações, as quais propiciam a elevação do homem, quer como indivíduo, quer coletivamente, para o consenso divino. Há as virtudes morais, adquiridas, que aperfeiçoam o ser humano na direção do bem. Todavia, há as que diretamente se vinculam a Deus, que são as virtudes teologais: fé, esperança e caridade. Devendo sempre fortalecê-las, o homem as recebe como benesse de Deus, e São Paulo diz que a caridade é a maior de todas, pois é o “vínculo da Perfeição”. Mas a esperança se contrapõe ao sentido da existência vazia, aflita e desalentada, induz à paz, `a serenidade e à crença na salvação. Representa-se pela cor verde, cheia de simbolismos benéficos, quais sejam a renovação constante e a fecundidade da mãe-natureza.
Está a esperança vinculada ao tempo, desde que não se pode pensá-la no pretérito, senão no futuro? Santo Agostinho diz que se nada passasse, não haveria tempo passado; se nada viesse, não haveria tempo futuro e, se nada fosse agora, não haveria tempo presente. O grande filósofo cristão afirma: “Existem três tempos: o presente do passado, o presente do presente e o presente do futuro. O presente das coisas passadas é a memória; o presente das coisas presentes é a visão direta, o presente das coisas futuras é a expectativa”. Então, a esperança é expectativa benfazeja, crença que algo de bom acontecerá. É sonho cheio de energia para não arredar da luta, aurora de um novo viver.
Um norte-rio-grandense fez da esperança a sua bandeira, no afã de resgatar a credibilidade do povo nas ações de Governo. Aluízio Alves não somente semeou esperanças e restaurou o otimismo, mas também mostrou que é possível passar do sonho à realidade, porquanto foi autêntico e reconhecido pioneiro, além de pragmático. O famoso discurso de Martin Luther King, I Have a Dream – Eu Tenho um Sonho - , ícone do antagonismo às discriminações, expandiu-se após a morte do autor. Da mesma forma, a apologia da esperança vivida por Aluízio Alves não se extinguirá com a ausência física do notável líder popular, com o fim do seu itinerário na terra, que se fez em linha reta, coerente e pródigo de imensuráveis significados. Que a mística da esperança, tão fortemente semeada no Rio Grande do Norte por um dos seus maiores filhos, permaneça como direito de todos e ânimo para cada um; e cresça como força motriz de boas realizações associadas às expectativas individuais e ao interesse comum. Viva a esperança!
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