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No dia 5 deste mês de agosto, em Washington, o Presidente Barack Obama resumiu em poucas palavras sua resposta aos críticos do seu empenho a favor do acordo nuclear com o Irã: "A alternativa é a guerra". Depois de 20 meses de negociação, o mundo celebrou, em junho passado, o consenso ao acordo a ser firmado entre o Irã e os países do grupo P5 + 1 – Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha –, o qual fixa limites ao programa nuclear de Teerã, em troca da suspensão das sanções econômicas impostas à nação islâmica. Assim, mediante inspeções abertas e constantes, o país do Presidente Hassan Rohani abdica, a longo prazo, do seu intento de construir a bomba atômica. Diferente do seu antecessor, Mahmoud Ahmadinejad, Rhoani não hesitou em defender a paz e a concórdia, desde 2013, chegando a fazer saudação de amizade ao povo americano. De forma sensata, Barack Obama enfrentou as posições radicais da maioria do Partido Republicano do seu país, bem assim do governo de Israel, segundo as quais se tratava de uma trapaça de Teerã, apenas para ganhar as benesses pelo embargo das sanções econômicas.
O discurso de Obama, em que se revela ao mundo como um estadista da paz, foi feito dentro do campus da American University, em Washington DC, o mesmo local onde, em junho de 1963, o Presidente John F. Kennedy proferiu seu famoso "A Strategy of Peace", quando convidou a União Soviética para se unir aos Estados Unidos por um tratado em prol da redução das tensões mundiais, causadas por uma possível guerra nuclear entre as duas nações, no apogeu da Guerra Fria.
Todos sabem que uma guerra de grandes proporções no Oriente Médio pode desabar para um desastre nuclear. A frase "A alternativa é a guerra" foi dita por Barack Obama, um dia antes da data que marcou os 70 anos da explosão da bomba atômica lançada pelos Estados Unidos nos céus da cidade de Hiroshima, no Japão, causando a morte de 70 mil pessoas, e mais 70 mil feridos graves. Três dias depois, uma segunda bomba atômica explodiu na mesma região, sobre a cidade de Nagasaki, causando matança rápida de 80 mil pessoas. "Para garantir que tal sofrimento nuclear nunca ocorra novamente, apelamos não só para o desarmamento, mas para a abolição das armas nucleares", diz o japonês Nobuo Miyake, 86, sobrevivente da hecatombe de Hiroshima. Há 35 anos, ele percorre o mundo para falar sobre o dia da explosão da bomba, que ele define como "inferno na terra". Miyake dá ênfase ao temor geral que ecoa no planeta: "Se uma guerra nuclear acontecesse em qualquer lugar hoje, o mundo inteiro iria sofrer, e isso levaria à extinção da humanidade".
Um acordo igual a esse jamais se faria com os anteriores presidentes dos Estados Unidos e do Irã, Bush e Ahmadinejad. Deve haver motivos para se confiar nas boas intenções do líder iraniano Hassan Rohani – também com crédito para ser visto como um estadista da paz. Agora, é torcer para que esse histórico acordo nuclear vença as barreiras criadas pelos radicais dos dois lados. Afinal, são seus mentores dois estadistas da paz, porquanto creem na força dos homens de boa vontade, e parecem seguir a máxima de Voltaire (1694-1778), constante no livro Tratado sobre a Tolerância: "Buscai não perturbar os corações, e todos os corações estarão a vosso dispor".
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