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Brasil e África do Sul têm muito em comum, haja vista a história de discriminação com as pessoas de pele negra. Se em nosso país não houve a crueza da segregação do Apartheid, houve e ainda há o racismo atávico, seja por erro ou por omissão do poder público, desde fases remotas, seja por atitudes, explícitas ou com disfarces, de uma parte da própria sociedade. Isso sem falar no tempo cruel e opressor da escravidão, que permeou o período colonial brasileiro, e prolongou-se como uma chaga latente na consciência nacional. Em épocas recentes, políticas públicas de inclusão social merecem aplausos, no afã de expiar a culpa e de resgatar séculos de injustiça.
Em 2024, celebram-se trinta anos da debacle do Apartheid, pois, em 1994, o presidente Frederick de Klerk, de pele branca, presidiu as primeiras eleições democráticas da história da África do Sul, quando o insigne líder negro Nelson Mandela venceu o pleito, e, aos 75 anos, assumiu a presidência do país. Em 1993, Nelson Mandela e Frederick de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz. São vários líderes mundiais que merecem destaque, no cenário global do século XX. Nesse cenário, a figura de Mandela se sobressai, pelo que representa de coragem, de resiliência e de altivez, pelo amor a uma causa, pelo carisma pessoal, e por tantas outras virtudes que dignificam o ser humano. Depois de 27 anos na prisão, sofrendo as agruras do cárcere e as dores da injustiça, vendo seu povo ser vítima de fria crueldade, mostrou ao mundo seu perfil de homem superior, capaz de perdoar e de fazer justiça, de optar pela reconciliação e de apagar os desejos de vingança, enfim, de dar o exemplo de como se constrói a paz no sentido mais amplo possível. Sua ação cresce de valor quando se recorda a sordidez do Apartheid, que durou 42 anos.
As torpes experiências do Apartheid, ou de qualquer outra ação degradante do ser humano, da mesma forma que os exemplos honrosos de Nelson Mandela, precisam ser sempre lembrados, para que, a partir deles, vislumbre-se a construção de um mundo melhor. A época do Natal e do Ano Novo é propícia ao congraçamento e, assim sendo, é propícia ao perdão, à união e à paz. É época própria para a lavagem da alma, para a reflexão e para o florescer de bons sentimentos. É só lembrar de Jesus Cristo, do seu humilde nascer, da sua vida que nunca acaba, e dos seus exemplos que nunca passam; e dos anjos: “Paz aos homens de boa-vontade”.
De um texto de Valter Hugo Mãe, ilustre escritor português, pincei as seguintes palavras: “Quem não tiver a fortuna de saber acerca de Nelson Mandela anda vazio dos bolsos da alma. Penso assim, que são homens como ele que apontam o quanto é incrível existir”.
Passados 10 anos da morte de Nelson Mandela, a grande nação da África do Sul passa por fase de declínio social e econômico. O PIB, que era de 409 bilhões em 2013, hoje está em 308 milhões, ou seja, uma queda de 4,9% – Os conflitos tribais e a violência geral estão de difícil controle e a até a memória de Mandela tem sofrido críticas das gerações mais novas, exatamente por sua opção pelo perdão, pela harmonia e pela paz da nação, a sua marca mais poderosa.
Em 2024, o UNI-RN, mantido pela Liga de Ensino do RN, celebra 25 anos de vida, com 10 anos de funcionamento do maior e melhor prédio acadêmico da Instituição, o Centro de Convivência Nelson Mandela. O padrão acadêmico do UNI-RN merece aplausos, pois está entre as 100 melhores de um total de cerca de 2.000 instituições avaliadas pelo MEC, e é o 10º melhor Centro Universitário do Brasil, em um total de 330 Centros Universitários existentes no País.
Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN
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