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Homem e Mulher
22.05.2008
As diferenças de comportamento entre o homem e a mulher são tão marcantes quanto as diferenças físicas. Hoje, as diversas maneiras de agir dos dois sexos são vistas à luz da neurociência, e não somente pela ótica da sociologia ou pela história da formação cultural. Modernas tecnologias de imagens são capazes de mostrar que existe uma base neurológica para muitas reações próprias de cada pessoa. Essas tecnologias podem tornar evidentes que as diferenças corporais do homem e da mulher se repetem nos respectivos cérebros.
É sabido que nas mulheres há domínio maior do lado direito do cérebro, o que resulta em uma visão abrangente. Por isso, diz-se que elas são mais curiosas, ou seja, olham tudo ao seu redor e vêem inclusive os detalhes. Nos homens, o forte é o lado cerebral esquerdo, voltado à análise lógica e ao raciocínio rápido e matemático, além de melhor orientação espacial. No tocante ao desenvolvimento da linguagem falada, as damas levam vantagem, pois têm essas funções dispersas nos dois hemisférios do cérebro, enquanto os varões as têm somente no lado esquerdo. Entre lágrimas, sorrisos e abraços, elas usam melhor a linguagem corporal e emocional, ao passo que eles são mais contritos e trancados. Com menor produção de serotonina, as mulheres são propensas à depressão, e, assim, tentam mais o suicídio. Tentam, mas efetivam menos, porquanto se abrem para pedir ajuda. Por outro lado, os homens tentam menos, porém efetivam mais.
As diferenças entre os sexos se refletem, também, na maior ou menor presença de algumas doenças. Por exemplo: enxaqueca, doença de Alzheimer e artrose do joelho preferem as mulheres; cardiopatias, Parkinson e úlceras gástricas preferem os homens. A medicina usa essa certeza para guiar certas opções diagnósticas. As mudanças na forma de viver das mulheres no mundo atual podem influir no mapa dos males que lhes afetam a saúde. É o caso do aumento do hábito de fumar entre elas, as quais agora estão mais expostas às cardiopatias e ao câncer de pulmão. Nova evidência médica, sob a ótica das diferenças entre os sexos, expõe o vínculo entre sono e doenças do coração. Há poucos dias, li essa notícia na revista Time – edição de 31/03/2008 – que mostra pesquisa feita na Duke University – USA – pelo Dr. Edward Suarez. Conforme a pesquisa, existe nas mulheres uma associação entre distúrbios do sono e risco para cardiopatias e diabetes. O trabalho do Dr. Suarez foi publicado na revista “Brain, Behavior and Immunity”.
A lenda grega diz que homens e mulheres eram criaturas únicas, um só corpo com os dois sexos. Essas criaturas se tornaram tão poderosas que tentaram aos deuses superar. Sentindo-se ameaçados, os deuses dividiram-nas em duas metades. Em crônica sobre esse tema, o escritor Moacyr Scliar comenta: “Desde então homens e mulheres buscam de novo unir-se para recuperar a unidade e a força perdidas. Queremos todos a nossa cara-metade”. No final das contas as mulheres vivem mais cerca de seis anos. Que vantagem, hem? Para cada homem com 85 anos, existem três mulheres com essa idade. Por causa das variações hormonais, elas têm oscilações de humor e, por isso, os homens dizem que não há quem possa compreendê-las. Mais estáveis, eles recebem as críticas femininas de que os homens são todos iguais. Porém, os dois sexos se completam, e vale a pena citar aqui o poeta alemão Novalis (1772 – 1801): “Ao homem é lícito desejar as coisas sensíveis de maneira racional, enquanto à mulher é lícito desejar as coisas racionais de maneira sensível... A natureza secundária do homem é a principal da mulher”.
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