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Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN
Este mês de maio de 2018 ficará na lembrança pelo adeus terreno a três seres humanos exponenciais, voltados para a arte no uso da palavra escrita: Alberto Dines, Tom Wolfe e Philip Roth. Os três são da mesma geração e quase morreram em datas iguais. Autores de biografias, ensaios e ficção, Wolfe e Dines têm no jornalismo a marca maior do perfil de escritor. Quanto a Roth, sua expressão principal reside no romance, e muitas das suas obras deixam a ideia de autobiografia. Alberto Dines, brasileiro, morreu aos 86 anos, no dia 22 de maio de 2018, na cidade de São Paulo; Tom Wolfe, norte-americano, morreu aos 87 anos, no dia 14 de maio de 2018, em Nova Iorque; e Philip Roth, norte-americano, faleceu aos 85 anos, em 22 de maio de 2018, na cidade de Nova Iorque.
O nome de Alberto Dines compõe o rol dos bons escritores brasileiros contemporâneos, porém, sua glória maior fixa-se aos sucessos que alcançou nas funções de jornalista – referência no Brasil – e de professor. Crítico severo do governo militar, foi professor da Unicamp e da PUC – Rio de Janeiro, além de lecionar em universidades dos Estados Unidos e de Portugal. Escreveu 15 livros, entre os quais “Morte no Paraíso – A Tragédia de Stefan Zweig”. Disse a jornalista Mírian Leitão: “Alberto Dines era a técnica e a ética. Era a busca da qualidade máxima no exercício do jornalismo, em qualquer tempo”. Ele foi o grande defensor da criação do Museu Casa Stefan Zweig – 2006 – em um bangalô na cidade de Petrópolis-RJ, a fim de preservar a memória desse notável escritor austríaco, que lá viveu e morreu.
Thomas Kennerly Wolfe, conhecido como Tom Wolfe, nasceu e cresceu em ambiente familiar de riquezas materiais, estudou nas melhores escolas e em ótimas universidades, sendo sempre bom aluno e pessoa de hábitos refinados. Foi um ótimo atleta de beisebol, mas, logo cedo, revelou sua tendência pelas letras, e optou pelo trabalho de repórter, em cujas matérias já usava seu típico senso de humor. Em 1962, Wolfe mudou-se para Nova Iorque, a fim de ser repórter e ensaísta do New York Herald Tribune, além de produzir textos para a revista Esquire. Começava ali sua ideia de unir o bom jornalismo à própria expressão literária, prática a qual Wolfe chamou de Novo Jornalismo. Nos Estados Unidos, outros escritores se ligaram a essa prática pioneira do jornalismo literário, a exemplo de Truman Capote (1924-1984), Norman Mailer (1923-2007) e Gay Talese, entre outros. Um dos seus principais livros é A Fogueira das Vaidades (1991), levado ao cinema.
Philip Roth está na lista dos melhores escritores norte-americanos de todos os tempos. Recebeu os maiores prêmios literários dos Estados Unidos e alguns do exterior. O Nobel de Literatura não consta na sua biografia, mas deveria constar, o que revela mais um equívoco da Academia sueca, sede da concessão dos Prêmios. De origem judaica, nasceu e viveu a juventude na cidade de Newark, New Jersey. Publicou 31 obras excelentes. Tenho e li alguns dos seus livros, dos quais destaco A Marca Humana e Nêmesis. No primeiro, o drama humano ocorre em contexto acadêmico; no segundo, uma epidemia de pólio domina a cena deste romance, com o qual Roth, encerrou sua vida de escritor, em 2011/2012.
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