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Após a morte de Dorian Gray Caldas, li algumas crônicas a respeito da sua vida, todas em honras aos méritos do brilhante escritor, poeta e artista plástico, além do perfil pessoal dessa grande figura humana, que se encantou em 23 de janeiro de 2017. É sempre assim, deixa-se para depois da morte os tantos louvores os quais podem ser vistos como tardios, pois já não chegam em vida àquelas pessoas do nosso afeto e da nossa admiração. Porém, os seres humanos não se acabam com a morte, prolongam-se através das suas virtudes, e dos seus exemplos, mantêm-se vivos nas mentes e nas emoções das pessoas mais próximas, bem como em quantos foram envolvidos pela convivência ou em reflexões comuns. Essa ideia avulta quando a pessoa que passou para a outra dimensão deixa uma obra perene, porquanto é unânime o sentimento de que são imortais o perfil humano e o legado intelectual de Dorian Gray Caldas.
Não me atrevo a comentar em detalhes as obras desse prolífico autor. Seus trabalhos artísticos estão espalhados pelo Brasil e em alguns centros ao redor do planeta. Em entrevista a respeito de escritores, Truman Capote definiu: “Seu estilo é você”, ou seja, os escritos revelam a humanidade do escritor, seu olhar perante as vivências do mundo. O mesmo é válido para as artes de um modo geral. Por ser Dorian Gray Caldas um artista múltiplo, da cor, da forma e da palavra escrita, existe um fio condutor de perspectiva, de luz e de sombra em tudo o que ele brilhantemente produziu. Seus valores, suas crenças, seu amor pleno, sua pureza, sensibilidade, devoções, a nordestinidade, a cultura universal, a bondade, o lirismo, os sonhos, enfim, a humanidade de Dorian Gray perpetua-se no tempo e confere-lhe glórias perenes, por meio de suas sublimes criações.
Por cerca de 50 anos mantive boa amizade com Dorian e com sua querida família, e foi crescente minha admiração pelo seu trabalho intelectual. Todos – ou quase todos – os livros de sua autoria integram o meu acervo particular, além de várias obras de pintura e tapeçaria. Em 1987, logo depois de assumir o cargo de Reitor da UFRN, a Universidade realizou uma exposição de artes plásticas do RN no Rio de Janeiro, na sede da Academia Brasileira de Letras, com a presença de Dorian Gray Caldas, entre outros artistas da nossa terra. Em 1989 – com o apoio do Professor Antonio Marques de Carvalho – envidei esforços para a edição pela Editora da UFRN do seu livro Artes Plásticas do Rio Grande do Norte, uma obra definitiva nessa área. Em 1990, sob os aplausos do escritor Veríssimo de Melo, tive a honra de convidar Dorian Gray para produzir um grande painel em homenagem ao fundador e primeiro Reitor da Universidade, Onofre Lopes. Desde então, lá está a monumental obra, na sala do Reitor, criação genial de Dorian Gray Caldas. Cerca de uma década atrás, ele criou um belíssimo painel de 9 m², tendo Freud em primeiro plano, que está no hall de entrada das Clínicas Integradas do UNI-RN.
Agradeço a Deus pela longa amizade que mantive com Dorian Gray Caldas, e pelas gratas oportunidades para difundir um pouco a obra desse notável escritor, artista e poeta. Do seu livro Artes Plásticas do Rio Grande do Norte, retirei a frase de R. Maria Rilke: “São as obras de arte existências secretas, cuja vida permanece ao lado da nossa que passa”.
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