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Do nome Laika, com certeza, muitas pessoas se lembram, principalmente as que já passaram de seis décadas de vida. Laika, mártir e heroína, é uma cadela russa lançada ao espaço a bordo da Sputnik 2, uma nave espacial de origem soviética. Primeiro ser vivo a orbitar a terra, ela morreu poucas horas depois do lançamento do veículo espacial, talvez por estresse e falha no controle térmico da nave. Sabe-se que o Sputnik 2 foi montado às pressas, para atender ao líder soviético Nikita Khrushchev, que definiu a data de lançamento para o começo de novembro de 1957, a fim de celebrar o aniversário de 40 anos da Revolução Russa de 1917. Laika ficou famosa, mas, sem dúvida, renunciaria ao brilho da fama, para prosseguir solta e feliz pelas ruas de Moscou. O mundo todo se comoveu com a história de Laika, e seu nome passou a figurar na música, no cinema, na ficção, enfim, em amplo repertório no campo da emoção, mas também – precisa ser dito – por motivos políticos vigentes na guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética, que perdurou por décadas, na segunda metade do século 20. No centro de Moscou, em abril de 2008, foi inaugurado um monumento em honra à cadela Laika, o qual se transformou em local de turismo.
E Félicette, quem há de se lembrar? Eu mesmo, confesso, só recordei quando li notícias recentes sobre a famosa gatinha francesa, no contexto das mídias voltadas para o evento marcante da chegada do homem à lua, 50 anos atrás. O relógio marcava 17h17, pelo horário de Brasília, do dia 20 de julho de 1969, quando o primeiro homem a pisar o solo lunar – Neil Armstrong – falou: “The Eagle has landed”, a Águia pousou. Mais tarde, às 23h45, após alguns passos na superfície da lua, ele disse: “É um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”. Na guerra fria da corrida espacial entre a nação líder do capitalismo e o socialismo soviético, venceram os Estados Unidos, embora essa vitória mostrasse mais um perfil ideológico, ou da vaidade humana, do que mesmo um avanço científico relevante para a humanidade. Teria sido bem melhor se as nações que se envolveram nessa jornada, de custos tão altos, tivessem feito opção de destinar esses recursos para a pesquisa médica, na busca da cura de doenças graves.
Pois é, voltemos à França, que decidiu “se amostrar”, na agenda espacial das grandes nações do planeta. Recorro ao Eclesiastes: “Vaidade de vaidades! Tudo é vaidade”. O programa espacial francês, da década 1960 – Centre National d’Études Spatiales - CNES – preferiu os bichanos como cobaias, a fim de pesquisar os efeitos da falta de gravidade sobre os órgãos vitais de mamíferos. Com esse mesmo intuito, os projetos americanos usaram, em maior número, os macacos; e os soviéticos, os cães. O CNES selecionou 14 gatas, pois as fêmeas, supostamente, atenção, supostamente, eram mais dóceis. Nos testes feitos, o animal de escolha foi chamado de C 341, que mudou para Félix, em alusão ao Gato Félix, mas, por ser fêmea, derivou para Félicette.
Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN
Publicado na edição desta quinta-feira (22/08/2019) do jornal Tribuna do Norte
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