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O centenário de nascimento de Otto de Brito Guerra ocorrerá em 2 de julho de 2012. Esse fato torna-se significativo para o Rio Grande do Norte, pois faz relembrar uma das figuras mais merecedoras de honras, no cenário humano do Estado. Sua história de vida é um convite à reflexão, pelos exemplos deixados aos pósteros, exemplos marcantes de sua passagem pelas várias atividades às quais se dedicou. Professor/educador, escritor, jornalista, advogado, líder religioso, promotor público, orador, conferencista e político; nas funções públicas e privadas que exerceu, o caráter conciliador, a força moral de honradez, o senso de justiça e as virtudes firmadas na doutrina cristã refletiam-se e ecoavam em favor do bem comum. Sua presença dava a certeza de que as ações a serem implementadas seriam envoltas de grandeza humana e que os resultados trariam a marca de nobreza dos homens de boa vontade.
Falecido em 1996, Otto de Brito Guerra muito concorreu para consolidar o maior bem sócio-educativo-cultural do Estado: a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Desde a criação da UFRN, em 1958, esteve ao lado de Onofre Lopes e de outros pioneiros, com efetivos préstimos. Ocupou o cargo de Vice-Reitor na gestão do próprio Onofre Lopes, em ação relevante para firmar o êxito da novel instituição. Foi um dos fundadores de Faculdade de Direito, onde lecionou Direito Civil, vindo a ocupar o cargo de Diretor. Também está entre os fundadores da Escola de Serviço Social e da Faculdade de Educação, instituições de ensino superior que se uniram a outras já existentes em Natal no processo de criação da Universidade, que, antes de ser federal, era estadual. Portanto, o Professor Otto de Brito Guerra foi não somente um brilhante e essencial propulsor, mas foi também um precursor da grande obra que é a UFRN. Seu nome no auditório da Reitoria não é apenas uma homenagem, mas um sinal de que a UFRN está sempre atenta ao estudo, à pesquisa, às ciências, à arte, à cultura e aos debates em prol do saber local, regional e universal.
Humanista, pesquisador das secas no Nordeste, grande parte da sua obra escrita tem essa marca e essa identidade. Com produção intelectual vasta e densa, seu estilo é o da comunicação fácil e direta. Integrou e promoveu inúmeras instituições culturais, entre elas a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras e o Conselho Estadual de Cultura, bem assim várias organizações filantrópicas ou sem fins lucrativos, a exemplo da Liga de Ensino do Rio Grande do Norte.
Católico diligente, senhor de uma fé inexcedível, a Igreja foi uma das suas paixões. Dá para pensar que, se ele tivesse vivido no começo da era cristã, Jesus teria tido treze apóstolos, e, até mesmo, cinco evangelistas. Como viveu quase dois mil anos depois, dedicou-se por inteiro à missão de pregar e de praticar a doutrina de Cristo. Outra sua paixão, a principal, era a família, a começar por dona Selda, sua querida mulher, com quem casou em 1931. Otto de Brito Guerra e Selda Câmara de Castro deixaram para os filhos – nove mulheres e quatro homens – a principal herança que pode existir: princípios de dignidade, de amor ao próximo, de apego às letras e à cultura, de paz, de conduta fraterna e de ética cristã. O maior bem material deixado constitui-se em uma ótima biblioteca de dezoito mil títulos, com destaque para as ciências sociais, que a família resolveu tornar disponível para quantos quiserem fazer consultas, estudos e pesquisas. Feliz a terra que tem figuras humanas a merecer reverências perenes, pelos símbolos de benesses que resgatam suas vidas. Feliz o Rio Grande do Norte por ter no panteão da sua história o nome de Otto de Brito Guerra, para que as novas gerações possam mirar-se em líderes e heróis forjados na vida simples e sem arroubos, mas pródiga de exemplos dignificantes e sempre na busca e na prática do bem.
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