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Jornada abordou os desafios e avanços nos transplantes do RN
01.10.2012
“Transplantes: vida que doa, é vida que segue”, foi o tema geral da VI Jornada da Saúde do UNI-RN, que recebeu sexta-feira, 28, o coordenador da Central de Transplantes do Rio Grande Norte, Dr. Rodrigo Furtado, abrindo o ciclo de debates. Ele falou sobre os avanços do RN nos últimos anos em relação à captação e cirurgias na área, chegando à terceira posição nacional em 2011, atrás apenas de Santa Catarina e São Paulo. No Nordeste, alcançou durante parte do ano passado, o primeiro lugar, terminando atrás apenas do Ceará, que tem uma rede de doação bem consolidada.
Os desafios na estrutura e a negativa das famílias são hoje as maiores dificuldades enfrentadas pelos profissionais da saúde que atuam na rede de captação.“Mas o amor com que fazemos e as novas estratégias adotadas nos fizeram ocupar lugar de destaque”, disse Furtado. Porém, em 2012, mesmo já tendo superado a meta de doadores por milhão da população, 16,2, sendo que no país é de 15 até 2015, segundo o Ministério da Saúde, a Central vem sendo afetada com a crise na saúde pública. Como consequência do estado de calamidade que se instalou na Saúde potiguar, a fila de córnea voltou a existir, embora com um tempo de espera curto. Rodrigo apresentou aos profissionais e estudantes presentes no evento, histórias de vida que mudaram a partir da doação.
Furtado encerrou sua apresentação com uma lição que marcou os presentes na VI Jornada da Saúde: “Para estas realizações, o trabalho em equipe foi essencial, afinamos a comunicação e demos o nosso melhor. As dificuldades existem, se não temos um Titanic, construímos uma arca”, comparou. “Devemos cuidar não apenas de quem espera o órgão, mas também de quem morreu, para mantê-lo em condições capazes. Com esse entendimento, poderemos salvar a partir de um doador, até duas, quatro, seis vidas”, completou.
MESA REDONDA Após a palestra do coordenador da Central de Transplantes do RN, a Jornada realizou uma mesa-redonda multidisciplinar com especialistas que atuam na área. A enfermeira Patrícia Suerda de Oliveira Maciel explicou que a fila de espera de córneas do Estado já foi de dois anos, e em 2012 voltou a haver filas após zerar a espera em 2011. Os resultados vieram graças a um trabalho integrado de todos que compõem a Central. Mas ressaltou que a captação é um dos pontos mais difíceis da rede. “Só há transplante se houver doação. Conversar com a família em um momento de dor por ter perdido um ente querido não é fácil”, disse. Em sua experiência com os familiares de doares, Patrícia ouviu depoimentos importantes, de como a doação fez estes parentes se sentirem mais aliviados com a perda. Em seguida, fisioterapeuta do Hospital Universitário Onofre Lopes, o especialista Francisco Assis Vieira Jr, falou sobre a escassez de doações e a importância deste profissional no processo de recuperação do transplantado. O trabalho do fisioterapeuta começa antes mesmo da cirurgia, quando ele pesquisa sobre a as condições de saúde do paciente: se possui doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, se é vacinado, enfim, todas as suas limitações. O evento recebeu na abertura, dia 27, o Enfermeiro e coordenador de transplantes viscerais e de fígado do Hospital Israelita Albert Einstein, Tadeu Thomé, que falou do panorama de transplantes no país e no Estado, e encerrou no sábado, 29, com minicursos em cinco áreas: Psicologia, Educação Física, Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia.
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