Lágrima, hospital e dinheiro - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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Lágrima, hospital e dinheiro
27.01.2011

Sabe-se que mulheres reunidas em um mesmo lugar, por bastante tempo, tendem a sincronizar os ciclos menstruais. Isso se deve aos feromônios, moléculas liberadas de uma pessoa para outra e captadas por meio de receptores da mucosa nasal. Também existem estudos de que feromônios estão relacionados com a atração sexual entre homens e mulheres. Será que essas moléculas são fortes indutoras daqueles momentos do “rolou um clima” ou “uma química”? Na esteira das pesquisas sobre as mensagens pelo olfato, cientistas de Israel chegaram à conclusão de que lágrimas femininas são capazes de baixar o nível de testosterona de homens. Assim, o líquido que sai dos olhos das mulheres choronas pode diminuir o interesse sexual dos machos, os quais também se tornam menos agressivos. Os cientistas provocaram o choro fazendo as damas assistirem a um filme muito triste. Em seguida, molharam pedaços de papel – do tipo usado em lojas de perfume – com as lágrimas e os levaram para ser cheirados por um grupo de homens. Ao final, viram que o nível de testosterona desses varões caiu em torno de 15%. A pesquisa, publicada na revista “Science”, vai continuar, com o objetivo de saber qual é a molécula, contida na lágrima, que causa esse fato, bem como para saber os efeitos do choro dos homens e das crianças. A USP de Ribeirão Preto e a UFMG fizeram uma pesquisa em cinco grandes hospitais do país e acharam 30% de erros na administração de remédios aos pacientes. Percentual tão alto dá para assustar, porquanto tais erros podem ser fatais ou causar sérios danos às pessoas doentes. Pior: a pesquisa somente confirma resultados de outros estudos antes realizados em hospitais públicos e privados do país. Dos 4.958 casos estudados, 1500 mostraram problemas. Esses erros ocorrem não somente por falta de correta formação da equipe de enfermagem, ou cansaço físico, mas também por falhas no sistema de distribuição dos medicamentos do hospital. Lembro-me do caso de uma humilde paciente internada sob meus cuidados médicos. Pela medicação prescrita, era de se esperar uma melhora do quadro clínico, sem delongas, o que não se evidenciava. No prontuário e na folha de anotações da medicação, tudo mostrava-se perfeito, mas, ao confrontar com as informações da pobre mulher, vi que o tratamento estava somente escrito no papel. Desse modo, todo cuidado é pouco, por parte do próprio doente – quando possível –, da família, do médico assistente e do hospital, com ênfase nos setores responsáveis pela administração de medicamentos. E o dinheiro, traz felicidade? Pesquisa feita nos Estados Unidos, sob a batuta do cientista Daniel Kahneman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2002, mostrou que pobreza colide com bem-estar. Por outro lado, o dinheiro em escala crescente não se traduz em felicidade crescente. Uma boa renda mensal ajuda a tornar uma pessoa feliz, mas, após certo patamar, o dinheiro passa a perder significado. Para ser feliz, portanto, fica mais fácil quando não se é pobre, mas não precisa ser rico. Esse fato explica o otimismo e o atual clima de bem-estar presentes em grande parcela da população do Brasil, pela recente migração de muitos milhões de pessoas para uma classe social de melhor renda. A pesquisa de Daniel Kahneman também concluiu que ser religioso está acima da renda mensal, como fator de felicidade. Depreende-se, pois, que a fé “move montanhas” e remove tristezas. Outra conclusão é o caminho paralelo entre ter mais idade e ser mais feliz. Acorre-me a ideia de que o envelhecimento ensina as pessoas a lidar com os problemas e a aceitar com mais naturalidade os contratempos. Porém, é bom relembrar Dom Nivaldo Monte e o seu pensamento sobre o tema, exposto bem antes desse trabalho do famoso cientista: “A melhor fase da vida é a velhice, pena que seja tão curta”.

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