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No momento em que escrevi o presente texto, o novo governo do Brasil ainda não havia tomado a decisão de fundir dois importantes ministérios, agricultura e meio ambiente. Torço para que continuem separados, cada qual voltado para sua área, um a lavrar e o outro a guardar o jardim do Éden, na linguagem bíblica. Entendo pouco das duas áreas, mas sou muito sensível à causa da defesa do meio ambiente. O mundo atual vive um dilema que exige de cada cidadão uma atitude a favor da causa comum de salvar a casa comum, o planeta terra. Segundo os entendidos, a hora é agora, não dá mais para se postergar, e essa tarefa conjunta e urgente precisa da adesão de todos. Precisa mais ainda da decisão firme vinda dos órgãos públicos, e é o que se espera dos homens e das mulheres que irão integrar esses setores, compondo a equipe do próximo governo do país. Dar prestígio e força ao Ministério do Meio Ambiente é uma decisão sem alternativa, é mostrar para o mundo que o Brasil opta pelos valores do humanismo, da cooperação global e da paz.
Sabe-se que a temperatura média da terra subiu cerca de um grau centígrado, desde meados do século XIX. O aquecimento global causa desordem climática, com elevação do nível dos mares, mudanças nas correntes dos ventos e das correntes marinhas, enchentes e secas severas, temporais, ciclones, tornados, desertificação, alterações de ecossistemas, enfim, uma série de transtornos que afetam a vida em todos os quadrantes do mundo. Em função desses eventos, são constantes as cenas de morte, de sofrimentos, de fome, de doenças e de outras tragédias pessoais e coletivas, como se fora um revide da natureza às agressões sofridas. O aquecimento global tem origem na ação do próprio homem, que, com voraz ambição de conseguir mais riquezas, não atenta para o efeito nefasto sobre o meio ambiente. A barreira que impede a dispersão para o espaço do calor do sol sobre a Terra, o efeito estufa, provém, por exemplo, do uso intenso dos combustíveis fósseis e das queimadas das florestas, com a produção do gás carbônico, afora a ação de outros gases maléficos. Agora, a luta é garantir, para o futuro, um aumento médio da temperatura global abaixo de 1,5ºC. Para isso, o mundo tem de se unir em uma missão heroica, conforme as metas fixadas no Acordo de Paris, em 2015.
Em dias recentes, cientistas de 130 países se reuniram na Coreia do Sul e fizeram um relatório detalhado em relação ao tema, a fim de alertar os governos sobre a responsabilidade de cada um nesse contexto do clima mundial. O cientista Thiago Mendes, integrante do grupo do Brasil, declara que o relatório é uma síntese de estudos científicos expostos em linguagem clara para políticos e governantes, “de forma inteligível para distintas culturas e realidades socioeconômicas”. Para o nosso país, esse recente relatório chegou em momento oportuno. É possível que influa na decisão do Presidente eleito em manter e reforçar o Ministério do Meio Ambiente.
Até 2030, as emissões mundiais precisam cair cerca de 40%, a fim de se cumprir as metas do Acordo de Paris. Para isso, é urgente a substituição gradativa dos veículos a gasolina pelos elétricos, apressar o fim das usinas de energia a carvão, optar pelo uso de biocombustíveis em aviões, aderir às fontes de energias limpas, além de outras medidas. Lembremos da Bíblia, do livro Gênesis, 2:15: “E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar”.
Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN
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