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Wolfgang Amadeus Mozart nasceu a 27 de janeiro de 1756, na cidade de Salzburgo, um principado eclesiástico então integrante do Sacro Império Romano, e que, hoje, pertence à Áustria. Viveu somente 35 anos, tempo suficiente para compor mais de 600 peças musicais, com um acervo que encerra obras-primas tidas como expoentes da criatividade e da sensibilidade humanas. Em 2006, visitei Salzburgo, e pude viver um pouco das celebrações pelos 250 anos do nascimento do grande gênio da música, para muitos – entre os quais me incluo – o maior entre os maiores. A cidade estava em festa e em total devoção pelo filho tão querido, um orgulho não só daquela terra, mas de toda a humanidade. Deu para notar a presença de pessoas de vários países, o que não é novidade por lá, em face do constante interesse global pelo autor de A Flauta Mágica. Como estou a falar de uma ótima viagem, chega-me à lembrança a pequena cidade de St. Gilgen, situada em uma das regiões mais bonitas da Áustria, entre lagos e montanhas, com um cenário dominado pelos Alpes ao derredor. Às margens do lago Wolfgangsee, nessa cidadezinha de contos de fadas, foi onde nasceu e viveu a mocidade a mãe de Mozart, Anna Maria Mozart.
De vez em quando, detenho-me na leitura de parte de um livro, dos vários que tenho sobre Wolfgang Amadeus Mozart, ou escolho composições suas para escutar. Um desses livros, “Mozart – sua vida em cartas”, da escritora austríaca Glória Kaiser, mostra detalhes da vida difícil do gênio de Salzburgo, em pleno século XVIII, numa luta constante para vencer a pobreza e as doenças. Note-se que era época de uma medicina sem nenhum cunho científico, quando a terapia se baseava em sangrias e clisteres, o que tornava mais grave qualquer quadro clínico. O livro de Glória Kaiser, que se debruçou sobre arquivos em Viena e em Salzburgo, revela verdadeiras joias da correspondência particular do famoso compositor, e foi lançado em 2006, em honras aos 250 anos do nascimento de Mozart. Sabe-se que ele foi muito precoce ao compor músicas imortais, desde tenra idade, mas também revelou precocidade na arte da boa escrita e nas reflexões sobre o meio e sobre as condições de vida, conforme se vê na sua pródiga produção epistolar.
Desde cedo, Mozart fez muitas viagens, levado pelo pai, Leopold, no afã de mostrar o filho prodígio nos principais centros culturais da Europa. Assim, alguns historiadores de Amadeus Mozart criticam Leopold, pelo intenso rigor imposto ao filho, para viajar e para estudar música, privando-o de uma infância mais feliz. Em 1762, Wolfgang já estava em Viena, quando, ele e a irmã, Nannerl, 5 anos mais velha, deram um concerto no palácio imperial, presentes o imperador Francisco I, a imperatriz Maria Teresa e a princesa Maria Antonieta.
Em 1763, começou uma grande viagem, que só terminou em 1766, tendo sido visitadas Munique, Ausburgo, Frankfurt, Bruxelas, Paris, Londres, Haia e Amsterdã, onde o menino Mozart e a menina Nannerl levaram plateias ao deleite, nos palácios e nos teatros. De Paris, em 16 de julho de 1763, Wolfgang escreveu à mãe, que ficara em Salzburgo: “(...) devo afinal lhe contar que estivemos em Versailles! Um verdadeiro paraíso – as flores e as pérgulas, os pavilhões, o magnífico castelo. Não me parece que as pessoas que moram em Versailles tenham muita ideia do que seja a vida em Paris, uma vez que tudo é muito diferente aqui. A senhora não pode imaginar, querida mamãe, como o povo de Paris é pobre. Por toda parte há enormes montes de lixo, onde pululam ratos”. O menino Mozart parece que anteviu a Revolução Francesa, de 1789.
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