O estresse, as gafes e o bom humor - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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O estresse, as gafes e o bom humor

Foi um longo e penoso processo, o impeachment da Presidente Dilma Rousseff, não somente para ela, mas também para todos os que mais de perto se envolveram, e até mesmo para grande parcela do povo brasileiro. É de se perguntar:  por que o uso do termo impeachment? De fato, não há um vocábulo em português que expresse o pleno significado dessa palavra de origem anglo-saxônica. Assim, apesar desse anglicismo não constar nos textos das leis do Brasil, a melhor opção foi usá-lo como se já constasse. 

Mesmo com o mal-estar causado por todo esse processo, a começar pelo termo estranho à “última flor do Lácio”, momentos e fatos hilários foram capazes de tornar mais amena essa travessia. Durante uma jornada tão árdua, é natural que as pessoas mais visadas muito se estressem. No caso, a Presidente Dilma era o foco de tudo, e, portanto, deve ter sofrido uma carga colossal de estresse. Nessas ocasiões, são frequentes os lapsos de memória e de ordenamento verbal, entre os atores mais visados. Daí as gafes da Presidente Dilma, durante alguns dos seus improvisos, na fase áurea do impeachment. De todas, a “criação” da palavra “mosquita” bem que poderia se efetivar, pois somente a fêmea do mosquito Aedes aegypti pode transmitir a Dengue, a Zica e a Chikungunya. Dessa forma, a protagonista – para usar palavra da moda – na transmissão dessas viroses é a fêmea do mosquito, ou seja, a “mosquita”. Se a presidente Dilma usou esse termo como reforço didático, para fixação da mensagem, o que é possível, conseguiu atingir seu intento. É preciso relembrar que as gafes não foram apenas da Presidente, pois foram ouvidas também nas falas de diversos personagens, dos dois lados. 

Um dos episódios mais hilariantes ligados ao recém-findo processo de impeachment, ocorreu com o sagaz e competente advogado presidencial, o Dr. José Eduardo Cardoso. Ao ler um discurso em defesa da sua cliente,  Cardoso incorreu em clara cacofonia, ao citar um tal jurista Tomás Turbando Bustamante, no lugar do nome de Thomas Rosas Bustamante, professor de filosofia da UFMG. Sobre a cassação de Eduardo Cunha, vale a pena transcrever parte de recente texto do colunista da Folha José Simão: “O Cunha foi pras Cucunhas. Ele não mentiu quando disse que não tem dinheiro no exterior. Porque o dinheiro não é dele. É NOSSO! Rarará!” 

O mundo político é cheio dessas passagens que provocam risos e servem de pauta para diversos escritores, entre os quais, no Rio Grande do Norte, destacam-se Valério Mesquita e Armando Negreiros, cuja verve se aguça na arte de contar casos e “causos”. Por falar nisso, relembro uma passagem com o primo Ronaldo Cunha Lima, quando, no começo da década 1990, o então governador da Paraíba foi chamado para um encontro com o Presidente Fernando Collor. Na época, Collor vivia uma crise conjugal com a mulher Rosane, e não negava o problema, pois participava de eventos públicos sem a aliança de casado. Terminado o encontro, Ronaldo Cunha Lima foi cercado de repórteres que queriam saber o motivo da reunião, porquanto o presidente era adversário político do governador. Ronaldo, no seu bom humor e na sua vivacidade de sempre, respondeu de pronto: – “O Presidente está em busca de uma aliança”.

Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN


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