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O FUNDAMENTALISMO CRISTÃO E OS DIREITOS HUMANOS NA ZONA DE CONTATO DAS TEOLOGIAS POLÍTICAS1
Silvério Alves da Silva Filho - Discente do Curso de Direito do Centro Universitário do Rio Grande do Norte
Fábio Fidelis de Oliveira - Docente orientador do Curso de Direito do Centro Universitário do Rio Grande do Norte
Marcelo Mauricio da Silva - Docente orientador do Curso de Direito do Centro Universitário do Rio Grande do Norte
INTRODUÇÃO:
O professor Boaventura Santos analisa a teoria tradicional dos direitos humanos a partir de um referencial crítico, buscando os possíveis interesses político-econômicos por trás desta teorização e enfatizando a sua função de respaldar o universalismo ocidental e suas injustiças, como também a sua incompletude em face das violações humanas interculturais e coletivas. Em paralelo a esta análise, disserta sobre o papel que foi legado à teologia na política ocidental, demonstrando a deficiência deste modelo secularista ao versar sobre a importância das teologias políticas, sobre suas espécies, como elas dialogam com a versão tradicional dos direitos humanos e a capacidade de as teologias de viés progressista colaborarem na construção de um projeto emancipatório, por ele tratado como concepção contra-hegemônica dos direitos humanos.
METODOLOGIA:
Para a efetivação dos objetivos suscitados pelo presente trabalho, foi utilizado, como técnica de pesquisa, revisões bibliográficas e documentais, cujo intuito precípuo foi o aprofundamento nos capítulos 3 e 4 do livro “Se Deus Fosse Um Ativista de Direitos Humanos”, de Boaventura de Sousa Santos. Partindo da fundamentação adquirida desta base, foi procedido o método de abordagem dedutivo, tendo como escopo a observação de evidências de que as teologias políticas de caráter progressista contribuem para a construção de uma teoria contra-hegemônica dos direitos humanos.
RESULTADOS:
Ao analisar o capítulo 3, que versa sobre o caso do fundamentalismo cristão, chega-se a conclusão de que há um crescente movimento conservador, com ênfase nos Estados Unidos, que utiliza de interpretações fundamentalistas da Bíblia para interferir politicamente na sociedade e restringir direitos humanos de minorias étnicas, mulheres, homossexuais etc. No capítulo 4, que versa sobre os direitos humanos na zona de contato com as teologias políticas, aduz que a teoria tradicional serve para respaldar práticas imperialistas, citando o exemplo de os Estados Unidos utilizarem-na como pretexto para invadir países no Oriente Médio. Analisou, ainda, como o mundo moderno legou a teologia ao ambiente privado, e como deste ambiente ela saiu, em especial nos países periféricos, para voltar a atuar na política. Nesta atuação, enfatizou a importância da emancipação social pregada pelas teologias políticas de viés progressista, em especial as cristãs, ao fazerem a distinção entre a religião dos opressores e a religião dos oprimidos, valorizando as culturas locais e as peculiaridades de cada povo e, deste modo, opondo-se às teologias universalizantes de origem europeia.
CONCLUSÃO:
O autor conclui que a atual teoria dos direitos humanos é insuficiente para enfrentar as diversas injustiças presentes no mundo globalizado, uma vez que tal concepção parte de uma perspectiva unicamente ocidental, desconsiderando os diversos pontos de vista que podem surgir em outras culturas, em especial as dos povos que vivem nas periferias do globo. Partindo-se desta exposição, o professor Boaventura Santos aduz que as teologias políticas progressistas, em especial as pluralistas, têm um grande potencial para ajudar na construção de uma versão contra-hegemônica dos direitos humanos, que conduza a um enriquecimento intercultural da concepção de dignidade humana e que sirva como instrumento de luta e resistência às injustiças socioeconômicas, cognitivas e históricas oriundas do imperialismo e das pretensões universalistas ocidentais.
Palavras-chave: Boaventura de Sousa Santos. Fundamentalismo cristão. Teologias políticas. Direitos Humanos.
1 Resumo produzido no Grupo Filosofia, Direito e Sociedade do Centro Universitário do Rio Grande do Norte.Aumentar fonte ("CTRL" + " + ") ou ("COMMAND" + " + ")
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