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A cada 15 e 18 de outubro, o professor e o médico recebem aplausos e parabéns, pois celebram-se, respectivamente, os dias dessas duas marcantes profissões. Educação e saúde são áreas – nas quais atuam esses profissionais – que merecem atenção especial em qualquer processo de planejamento de uma sociedade e de uma nação. No Brasil, isso que acabei de dizer, não é novidade para ninguém, repete-se a toda hora, seja por bom-mocismo, por demagogia, para se apresentar como salvador da pátria, e até mesmo por sinceridade e boas intenções. No entanto, sobre o assunto, nosso país precisa de ações concretas, e não de palavras vazias, as quais nunca se transformam em realidade. Até quando o povo brasileiro vai conviver com essa frustração pelos baixos índices de qualidade na prestação pública de serviços educacionais e de saúde? O ensino básico na rede pública do país, com raras exceções, é uma tristeza, e, no campo da saúde, a prestação de serviços gratuitos à população de menor renda, no geral, chega a causar revolta por tamanho descaso e pela falta de compaixão com o sofrimento alheio.
É difícil acreditar que o quase caos presente, no Brasil, nesses dois setores essenciais na vida de todas as nações, ocorre por falta de recursos. Não é possível aceitar essa desculpa, pois os recursos dos governos – os impostos que os cidadãos pagam – bem administrados mostram resultados e são capazes de revelar a eficácia de uma gestão pública séria. Os exemplos estão aí para provar essa verdade. Agora, sem um bom planejamento a médio/longo prazos, sem adoção de prioridades claras, sem uma política de estado, no sentido de dar maior atenção aos segmentos da população que mais precisam – livre de paternalismos ou demagogia – o nosso país nunca se livrará do grilhão que o prende ao atraso e à injustiça social.
É preciso conter os gastos perdulários, a destinação errada ou mesmo criminosa dos recursos públicos, o corporativismo nefasto que distribui benesses para um pequeno grupo, além de muitos outros males e desmandos crônicos que dominam as ações de amplos setores oficiais, de maneira histórica. Saúde e educação devem ser áreas prioritárias para todos os grupos humanos na face da terra, a fim de dar ênfase ao bem-estar social para um maior número de pessoas. Quando nós, brasileiros, teremos um sistema público de saúde eficaz, que insista em igualar, entre as camadas sociais, os mesmos anseios e direitos no tocante à prevenção e ao tratamento de doenças? Quando nós, brasileiros, veremos as crianças do país em escolas públicas de qualidade, a fim de que possam, no futuro, romper o injusto ciclo da falta de oportunidades e da pobreza?
Tenho a ventura de ser professor e de ser médico, portanto, as datas 15 e 18 de outubro são muito gratas para mim. Procurei, ao longo da vida, não me afastar do humanismo que envolve as duas profissões. Se, alguma vez, desviei-me dessa premissa foi exceção, graças a Deus. Bom trabalho docente e boa prática médica somente ocorrem quando provêm de natural vocação, a qual pode se transformar, com o passar do tempo, em autêntica e bela devoção. Dá para sonhar que um dia os profissionais da saúde e da educação, além de se sentirem felizes pelo dever cumprido, também se sentirão partícipes do grande resgate social do nosso país?
Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN
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