Olho, ouvido e coração - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
  • Home
  • Institucional
  • Olho, ouvido e coração

Notícias

Olho, ouvido e coração
25.03.2010

A lágrima, composta de água, de óleo e de mucina, é de grande valor para a saúde do olho, em especial para a córnea. O óleo faz com que a água não evapore rápido, e a mucina – muco – leva a lágrima a aderir, a fim de não escorrer. É tudo muito perfeito. Porém, perde-se a perfeição no momento em que as fontes lacrimais baixam a produção ou mesmo param de produzir, bem assim quando fatores diversos aumentam as perdas do líquido que protege a superfície externa do globo ocular. Nesses casos, surge a síndrome do olho seco, muito incômoda e com várias causas. Dois equipamentos modernos e de uso amplo concorrem para o aparecimento da síndrome: o computador e o ar condicionado. Com os olhos vidrados em um monitor, a pessoa pisca menos e, portanto, a lágrima evapora mais. O ar condicionado faz cair a umidade relativa do ar, fato capaz de gerar maior evaporação da água dos olhos. Outro fator a considerar são as lentes de contato, principalmente as gelatinosas, as quais sugam as próprias lágrimas. Só um fator já é danoso, imagine-se quando se somam dois ou mais fatores, o que não é raro de ocorrer. No geral, o médico recomenda pingar líquidos lubrificantes no olho, fazer pausas no manejo do computador e piscar de forma mais frequente. A novidade é o Pisc, dispositivo simples que induz a pessoa a piscar, ao emitir sinais de luzes, sons ou vibrações. Desenvolvido na Unifesp, o Pisc ainda está em fase de teste, mas os primeiros estudos mostram sua eficácia na prevenção do olho seco, mormente para os que ficam na frente do computador por longos períodos. Por enquanto, o melhor é tomar os devidos cuidados, inclusive piscar e piscar cada vez mais. Pesquisas que duraram dezoito anos, realizadas por professores de famosas universidades americanas, entre elas Harvard e Vanderbilt, e publicadas no American Journal of Medicine, edição de março/2010, mostraram a relação entre o consumo regular de analgésicos e a audição. A aspirina, o acetaminofen (substância ativa do Tylenol e de outros nomes comerciais) e os anti-inflamatórios não esteróides aumentam os riscos de problemas auditivos, principalmente em homens abaixo de sessenta anos. As substâncias ototóxicas desses medicamentos agridem as células ciliadas da cóclea, nas quais geram-se os impulsos nervosos para serem lidos no cérebro, sob a forma de sons. O uso prolongado e frequente dessas substâncias podem ser responsáveis por percentuais altos de deficientes auditivos. As pessoas que tomam esses fármacos, prescritos para tratamento ou prevenção de doenças, devem estar alertas sobre essa pesquisa, publicada em uma revista de alto conceito médico mundial. As paredes do coração são irrigadas de sangue pelas artérias coronárias. Quando uma dessas artérias entope, ocorre o infarto do miocárdio, ou seja, uma área do músculo cardíaco deixa de receber oxigênio e, se a lesão for extensa, pode resultar na morte da pessoa. Pesquisas recentes realizadas no Canadá revelaram que os sintomas no homem e na mulher são semelhantes, sempre com a dor no peito em primeiro lugar. A diferença é que a mulher demora a acreditar que está tendo um infarto e adia a procura por tratamento. Aí reside o perigo para as damas, na vigência de lesão grave das coronárias. Retorno ao início, quando escrevi sobre a lágrima, para relembrar um belo trecho do Sermão das Lágrimas de São Pedro, do Padre Antonio Vieira: "Todos os sentidos do homem têm um só ofício, só os olhos têm dois. O ouvido ouve, o gosto gosta, o olfato cheira, o tato apalpa, só os olhos têm dois ofícios, ver e chorar."

VOLTAR
Whatsapp

Utilizamos cookies para assegurar que lhe fornecemos a melhor experiência na nossa página web.

Política de Privacidade Ver opções