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Os cuidados com alimentação do idoso
25.02.2011
Alterações no aparelho digestório, perdas no olfato e paladar. Essas são apenas algumas das transformações que o corpo sofre em função do envelhecimento, que se não atentadas e bem administradas, podem causar uma série de prejuízos à qualidade de vida do idoso. Os cuidados começam pela boca, com uma boa alimentação, mas e quando os recursos financeiros são limitados, em virtude de compromissos como medicamentos e plano de Saúde? Essas e outras questões foram abordadas pela professora de Nutrição da FARN, Juliana Padilha, na palestra “Alimentação Saúdavel na terceira idade”, nesta quinta-feira, 24, durante a Expo Saúde.
Juliana mostrou dados preocupantes e situações de fragilidade do idoso que muitas vezes passam despercebidas pelos próprios familiares. Ela mostrou que atualmente grande parte dos idosos faz uso do laxante por sofrerem de constipação, mas o problema poderia muitas vezes ser resolvido com uma simples mudança de hábitos. “Comer alimentos ricos em fibras e beber água. Há marcas que vendem iogurtes como se fossem resolver o problema por conter fibras, mas sem água a fibra não funciona”. Para saber se o idoso bebe água o suficiente, colocar garrafinhas e observar quantas ele bebe por dia. “A localização da cozinha em relação ao espaço onde ele fica também faz diferença, se for longe, vai demorar mais a procurá-la. Beber água antes de sentir sede também é essencial”, explicou.
Outro ponto importante diz respeito à saúde oral, havendo ou não o uso de prótese. “A perda de destreza, com o passar dos anos, pode gerar a má escovação e, consequentemente, cáries e mau hálito, sendo este último também o resultado das alterações no aparelho digestivo”, lembrou a professora, que é mestre no assunto. “Até mesmo à mesa, a família muitas vezes esquece de incluir o idoso nas conversas, e sua integração social influencia emocionalmente e ajuda a evitar a depressão”.
Para realmente se ter a chamada “melhor idade”, as dietas devem ser realizadas com bastante cautela e gradativamente equilibradas à realidade de cada paciente, tendo em vista a maior facilidade para engordar e emagrecer. A gordura localizada na região abdominal, sedentarismo e histórico familiar de doenças crônicas como diabetes também devem ser observadas pelo profissional de Nutrição sobre esses pacientes. “Há uma redução do paladar para doces, salgados, amargo e ácido, além de produção menor de saliva. Por isso a tendência é que eles usem mais sal e açúcar para sentir o alimento”, alerta.
Até na hora de ir ao supermercado o cuidado é redobrado. Perda no tato interfere na acuidade para escolher, por exemplo, frutas e verduras. Segundo a Organização Mundial da Saúde, em 1940 apenas 4% da população brasileira era de idosos. Em 2000 esse percentual aumentou para 9%, com perspectiva de chegar a 15% em 2025. Tendo em vista essa realidade, Juliana chama a atenção para o nutrição adequada à realidade social do idoso. “A carne, que fornece proteína, alimento construtor, mas é um dos itens mais caros na hora de fazer compras”.
“E vale lembrar que o visual da comida é essencial para a vontade de comer, não adianta fazer papinhas que substituem alimentos importantes, nem utilizar apenas alimentos triturados ou prontos, que alimentam e satisfazem, mas não nutrem”, diz a professora.
Crédito da foto: CEMS Academia
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