Parkinson, sono e sonho - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
  • Home
  • Institucional
  • Parkinson, sono e sonho

Notícias

Parkinson, sono e sonho
02.11.2006

Pesquisas biológicas, especialmente aplicadas à Medicina, têm oferecido resultados práticos de grande importância, seja na precisão diagnóstica, seja na eficácia terapêutica. Recentemente, notícia relacionada à doença de Parkinson repercutiu em todo o mundo. Pesquisadores da Universidade Duke, nos Estados Unidos, descobriram em laboratório a existência de correlação entre o ciclo do sono e a dopamina - substância neurotransmissora associada a essa doença. Em 1817, o médico inglês James Parkinson descreveu a enfermidade. Desde então, sabe-se que os tremores das mãos são sinais importantes no diagnóstico. No início, os sintomas são insidiosos e, mais das vezes, perceptíveis somente pelos familiares. Podem surgir leves tremores, lentidão de movimentos, certa rigidez corporal, além de transtornos da fala e da deglutição, distúrbios respiratórios e do sono. Em virtude das dificuldades motoras, o andar se torna lento, a expressão facial perde significado e a escrita fica difícil, com redução do tamanho das letras. “Marche a petit pas” é como os franceses descrevem a lentidão do caminhante com doença de Parkinson. Na seqüência, a cabeça tende a se encurvar e o tronco a se projetar para a frente, o que gera desequilíbrio e facilidade de quedas. A depressão quase sempre emoldura esse quadro clínico bem característico. Subjacente à clínica, o que ocorre no organismo? Um século atrás, constatou-se que dois pequenos núcleos de substância negra (devido à presença de melanina), localizados na parte posterior do cérebro, estavam com suas células degeneradas, no decorrer da enfermidade. 40 anos depois, foi identificado que esses núcleos produziam dopamina, ficando evidenciada a relação entre esse importante neurotransmissor e o mal de Parkinson. O tratamento da doença, que geralmente incide em pessoas acima de 55 anos, tem evoluído bastante. Inicialmente, pensou-se que a reposição da dopamina resolveria tudo, mas há problemas na absorção do neurotransmissor. Substâncias precursoras da dopamina – levodopa, por exemplo – constituem significativo avanço terapêutico. Contudo, o mais importante é iniciar o tratamento o mais cedo possível, na tentativa de impedir a degeneração celular dos núcleos cinzentos. Há, também, relatos de terapia cirúrgica e esperanças com o uso de células-tronco. Há poucos dias, pesquisadores da Universidade Duke (USA), liderados pelos brasileiros Miguel Nicolelis e Sidarta Ribeiro, anunciaram os resultados das suas experiências realizadas com camundongos, as quais evidenciaram associação entre disfunção da dopamina e distúrbios do sono. Isso constitui um grande avanço, porquanto possibilitará o diagnóstico precoce do mal de Parkinson, ou até mesmo a previsão do desenvolvimento da doença, condições básicas para o tratamento eficaz. Assinale-se que o Prof. Nicolelis, um dos mais respeitados cientistas do mundo na atualidade, é bem-conhecido no Rio Grande do Norte, em face da sua obstinação para implantar o Instituto de Neurociências de Natal, iniciativa que levará nossa cidade ao âmbito internacional da pesquisa científica. Pensar na possibilidade de florescer um Prêmio Nobel por pesquisas que serão realizadas nesse Instituto, em futuro não muito distante, é exagerar no sonho?

VOLTAR
Whatsapp

Utilizamos cookies para assegurar que lhe fornecemos a melhor experiência na nossa página web.

Política de Privacidade Ver opções