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No dia
da poesia, uma saudação ao poeta Henrique Castriciano, escritor e
político que idealizou e fundou a Escola Doméstica de Natal. Foi assim
que o Diretor-Geral da FARN, Daladier Cunha Lima, abriu nesta
segunda-feira (14) a programação especial em
comemoração ao aniversário de 24 anos do Complexo Educacional Henrique
Castriciano.
O encontro teve a presença de alunos e professores do Complexo de Ensino ED/HC. “Henrique Castriciano foi o mais importante intelectual do RN no início do século XX. Suas obras foram traduzidas para diversos idiomas, conquista que nenhum outro poeta potiguar alcançou. Implantou a Educação feminina no RN e criou a Liga de Ensino em 23 de julho de 1911. Além disso, fundou o escotismo no RN, descobriu Nísia Floresta e foi orientador intelectual de Câmara Cascudo”, destacou professor Daladier.
Ao longo de sua história, Henrique Castriciano publicou quatro obras em poesia: Iriações (1892), Ruínas (1897), Mãe (1899) e Vibrações (1903). Este último foi considerado pela crítica, a melhor publicação do poeta. Henrique também escrevia artigos, crônicas e ensaios, que foram publicados em jornais de Natal, Recife e Rio de Janeiro.
O poeta também teve uma vida política. Em 1900, foi Procurador-Geral do Estado, e em 1908, foi Deputado Constituinte, além de ter sido Vice-Governador. Em 1909, viajou à Europa para enriquecimento cultural, e conhecimento da educação feminina, na École Ménagère de Friburgo (Suíça) que inspirou a fundação da Escola Doméstica de Natal. Segundo ele, era preciso “investir na educação das mulher,es para que elas melhorassem a família e, em consequência, contribuíssem para progresso da sociedade”.
Em 1º de setembro de 1914, a Liga de Ensino fundou a Escola Doméstica de Natal, sem a presença de HC, que estava na Europa e não conseguiu retornar, em virtude do início da Primeira Guerra Mundial. Em 1936 fundou a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, e ocupou a cadeira nº 2, que tinha como patrona a poetisa Nísia Floresta.
O poeta nasceu em 15 de março de 1874, na cidade de Macaíba e teve 4 irmãos: Eloy de
Souza, Irineu Leão, Auta de Souza e João Câncio. Aos 17 anos, começou
a escrever crônicas para o jornal A República, com circulação em Natal. Aos
18 anos, foi vítima de Tuberculose, doença comum na época. Para se
tratar, ele passou uma temporada na cidade de Angicos e Serra de Martins, interior do RN.
Na parede
da Gruta das Trincheiras, em Martins, HC escreveu o poema, “Enigma”, que foi declamado
pelo aluno Pedro Henrique, do 8ª ano \"A\" do HC, durante a palestra do professor Daladier. O poeta faleceu no dia 26 de
julho de 1947.
Enigma
A lágrima sem fim, a lágrima pesada
Que eternamente cai do alto desta gruta
Representa alguma alma estranha, desolada
Que mora a soluçar dentro da rocha abrupta?
Esta alma quem será? Não sei! Mistério fundo...
Entretanto eu pressinto alguém que se debruça
E baixinho me diz num gemido profundo:
“Existe um coração na pedra que soluça...”
(HC, Martins, 29.abr.1895 - versos escritos numa
pedra da gruta da Trincheira)
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