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O escritor Manoel Onofre Jr. brinda o mundo das letras do Rio Grande do Norte com mais uma obra importante. Trata-se do livro “Polycarpo Feitosa – O excêntrico Dr. Souza”, biografia de Antonio José de Melo e Souza (1867-1955), o político e o escritor, lançado em dias recentes. Em formato conciso, com poucas páginas – conforme a proposta da Coleção Presença –, podemos chamá-lo de um pequeno grande livro, porquanto é preciso ao revelar o perfil de um norte-rio-grandense que carece ser mais conhecido. Além disso, a obra valoriza-se mais ainda pelo estilo leve e direto do autor, no qual não se perde uma palavra, o que contenta o leitor e o faz prosseguir na leitura, da primeira à última página.
Este livro chegou para preencher uma lacuna, a fim de salvar do ostracismo a memória do político Antonio de Souza, e do notável escritor Polycarpo Feitosa, seu pseudônimo. Faltava um trabalho que reunisse as características e as fases diversas da vida do homem público e do escritor Antonio de Souza. Fruto de intensa pesquisa, com muitas citações e amplas Referências, esse livro de Manoel Onofre Jr. chegou em boa hora para mostrar a face de um político probo, íntegro e honesto, pois o nome de Antonio de Souza deve servir de exemplo a quantos se dedicam à causa pública. Por duas vezes, exerceu o cargo de Governador do Estado, após eleições livres, além da assunção como Interventor. Também se elegeu Senador, por dois mandatos, e exerceu outras funções públicas, sempre sob a égide do extremo rigor moral.
O autor, ao abordar a produção intelectual de Antonio de Souza, levada aos leitores sob o pseudônimo de Polycarpo Feitosa, ressalta o mérito do ficcionista: “Numa época em que ninguém, no Rio Grande do Norte, escrevia romances, ele escreveu cinco, podendo, assim, ser considerado o primeiro cultor do gênero em nosso Estado”. Tinha 61 anos quando publicou seu primeiro livro, o romance Flor do Sertão. Manoel Onofre Jr. aduz que o seu biografado tinha talento para alcançar a glória dos expoentes do romance regionalista de 30, ao lado de José Américo, José Lins do Rego e Graciliano Ramos, mas o apego a cânones do passado o fizeram perder o “bonde da história”. A obra mais aplaudida de Polycarpo Feitosa é o romance Gizinha, de 1930. O autor comenta várias outras produções literárias do biografado, no romance, no conto, na poesia, bem assim no ensaio, em forma de artigos para jornais, em plaquetes e outros. No final do século XIX, com o apoio de Henrique Castriciano e de outras pessoas cultas da cidade de Natal, fundou o Grêmio Polimático, que marcou época no tocante às demandas literárias da província. Era sócio-fundador do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, porém, sem plausível motivo, não integrou a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, fundada em 1936.
Não houve espaço neste texto para comentar “o excêntrico Dr. Souza”, curiosas passagens da biografia de Antonio de Souza, constantes no livro do escritor Manoel Onofre Jr. Deixo para a próxima crônica, até porque pretendo relatar inusitado evento que ocorreu entre o Governador Antonio de Souza e a Diretora da Escola Doméstica Leora James, o qual me foi contado pela Professora Noilde Ramalho.
Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN
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