Central de Relacionamento - (84) 3215-2917
WhatsApp - (84) 3215-2917
Fala-se que o aumento da automação leva ao desemprego, porquanto as novas tecnologias induzem à troca do trabalho humano por robôs ou equipamentos outros. No entanto, com um dos mais altos índices de desemprego, o Brasil ficou numa das piores posições, em um ranking que compara número de robôs para cada 10 mil trabalhadores. Nesse ranking, o nosso Brasil ficou em 39º lugar, de um total de 44 países. Enquanto na Coreia do Sul existem 631 robôs para cada 10.000 trabalhadores, no nosso país são apenas 10, dentro de uma média global de 74. A Coreia do Sul está em primeiro lugar, seguida por Singapura, com 488, e pela Alemanha, com 309 robôs. Liberada pela Federação Internacional de Robótica, essa notícia correu o mundo, e é mais uma nota do atraso no campo da produtividade das empresas nacionais, além de mostrar dados concretos sobre a lentidão do país para adotar as novas tecnologias. Não é surpresa nem coincidência que os três primeiros lugares sejam países que têm um sistema educacional de alta qualidade, em todos os níveis de ensino.
Em sintonia com a pesquisa sobre o uso de robôs, o ranking do Índice Global de Inovação apontou o Brasil no 64º lugar, em um total de 124 países. O pior é saber que caímos 17 posições em relação a 2011. A diretora de inovação da CNI, Giana Sagazio, em recente entrevista concedida à Folha, disse que a inovação não é prioridade no Brasil. E citou a China como um bom exemplo de país que avança e investe cada vez mais nesse campo, na ordem de 280 bilhões de dólares anuais. Em 2017, nos Estados Unidos, 1º lugar do ranking, o total de investimento atingiu 532 bilhões de dólares. No nosso país, os recursos financeiros para o setor são bem mais modestos, na casa dos 76 bilhões de reais, divididos, quase por igual, entre setor público e setor privado. Sagazio comenta que a MEI – Mobilização Empresarial pela Inovação está empenhada em expandir ações de apoio à inovação, tanto por parte do governo quanto na área empresarial. Ela defende mudanças também na formação profissional: “Não dá para formar um profissional preparado para a quarta revolução industrial usando a mesma grade curricular de 40 anos atrás”.
Na mesma matéria da Folha, o Professor Soumitra Dutta, da Cornell SC Johnson College of Business, diz que, no Brasil, falta uma integração maior entre empresas e universidades. O professor Dutta é um dos responsáveis pelo ranking global de inovação, e, ao seu parecer, o nosso país precisa estreitar os laços entre indústria e academia. Ele cita o exemplo dos Estados Unidos, onde esses vínculos são nítidos. Alguns anos atrás, em visita de estudos que fiz à Universidade da Pensilvânia, uma das melhores e maiores daquele país, pude constatar a ênfase dada à inovação tecnológica, fruto da conexão entre empresas e academia. A mesma coisa encontrei na Universidade do Maine, com pesquisas voltadas para a biotecnologia da batata, financiadas pelos produtores desse alimento tão popular em todo o mundo.
Na verdade, temos que correr a fim de reduzir o atraso em inovação no qual o Brasil se encontra. Em uma análise rápida e simples, é fácil de se chegar à conclusão de que esse e outros atrasos têm uma causa pregressa: a baixa qualidade do sistema educacional do nosso país. Precisa dizer qual é a solução? Fica maçante repetir o óbvio. “Quousque tandem”... Até quando?
Daladier Pessoa Cunha Lima
Reitor do UNI-RN
Aumentar fonte ("CTRL" + " + ") ou ("COMMAND" + " + ")
Diminuir fonte ("CTRL" + " - ") ou ("COMMAND" + " - ")