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RN tem potencial inexplorado na área de advergames
22.05.2013

A indústria de games é bastante heterogênea, entretanto os jogos casuais são o segmento que apresenta maior rentabilidade. Uma única alternativa bem sucedida é suficiente para oferecer boas margens de lucro. Contudo, nesse ramo, a competição é maior e o investidor deve buscar, primeiramente, competência. Por isso, o potencial do Rio Grande do Norte nesse setor é do tamanho da capacidade e técnica dos desenvolvedores. O pensamento é de Matheus Abrantes, que proferiu a palestra na noite desta terça-feira (21), dentro da programação do III Gestec, que agrega o XIII Encontro de Informática e III Encontro de Tecnologia e Negócios do Centro Universitário do Rio Grande do Norte (UNI-RN). A conferência, intitulada ‘Desenvolvendo e Publicando Jogos Digitais no RN’, foi realizada no auditório do UNI-RN. Segundo o palestrante, que é graduado em Ciência da Computação pela UFRN e mestrando em Sistemas de Computação, a área de advergames, por exemplo, apresenta um vazio a ser explorado no Rio Grande do Norte. “Pouquíssimas pessoas trabalham com esse segmento no estado e ele pode ser muito melhor explorado devido à visibilidade natural que temos para eventos e atrações turísticas”, recomenda Matheus Abrantes, que tem experiência em desenvolvimento de jogos sérios para reabilitação e com fins educacionais. Em 2012, ele co-fundou a String e começou a fazer jogos em que as pessoas pudessem se divertir de verdade. Uma dessas iniciativas foi apresentada no SBGames 2012. O especialista explica também que existem outros segmentos em situações similares, como o de jogos educativos, que deve crescer bastante devido ao investimento cada vez maior em metodologias de ensino à distância. Questionado sobre o mercado de aplicativos mobile, ele diz que os jogos não competem com os aplicativos. “São mercados diferentes e, naturalmente, cada um possui suas vantagens e desvantagens. Aplicativos bons, que resolvem problemas com eficiência, são bem mais fáceis de vender, pois são confrontados por uma necessidade do mercado”. Mas nem tudo são flores. A vida útil dos aplicativos está associada a inúmeros fatores logísticos e tecnológicos do problema que está sendo atacado. Já os jogos eletrônicos, no entanto, fazem parte da indústria do entretenimento. As pessoas buscam jogos da mesma maneira que buscam filmes, música ou peças de teatro. “O objetivo dos jogos não é atacar um problema como os aplicativos, mas saciar uma necessidade natural por entretenimento”, esclarece. Na visão de Matheus Abrantes, os principais desafios para tornar a atividade um negócio passam por investimento e capacitação. “O investimento deverá vir naturalmente com o surgimento de casos de sucesso que irão se tornar cada vez mais comuns. Não há muita preocupação quanto a isso. A capacitação e treinamento dos profissionais - Tanto programadores quanto artistas - já é algo mais complicado...É bem difícil encontrar modeladores 3D, ilustradores, designers e sonoplastas qualificados para trabalhar com jogos. Existem muitas pessoas talentosas, mas o processo de desenvolvimento é bastante frustrante para a maneira que grande parte desses profissionais trabalha”. Segundo ele, a qualidade dos programadores é algo que preocupa. Apesar de não ser tão complicado programar games para quem é da área quanto desenvolver sistemas web, por exemplo. Porém, o grande problema não é necessariamente o manejo das tecnologias, mas a base matemática. “Não adianta. É necessário dominar, pelo menos o básico, de disciplinas como álgebra linear e geometria analítica. Mesmo que existam ferramentas que auxiliem o processo de desenvolvimento, o programador precisa conhecer o que se passa por trás de tudo que acontece. Os profissionais de computação que não negligenciarem os conteúdos matemáticos básicos certamente terão lugar garantido não só no mercado de games, como também em outras áreas”, alerta. Fotos: Vlademir Alexandre

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