Todos pela Educação - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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Todos pela Educação
05.10.2006

Sempre que visito outro país, faço apreciações sobre a realidade local, por vezes associadas às condições do querido e admirado Brasil. Recentemente, pude ver na Áustria a qualidade de vida da população, com plausível equilíbrio social, no qual todos se sentem beneficiários das riquezas existentes. Além do deleite com as belezas naturais, com a histórica arquitetura e com a ambiência cultural -especialmente na música-, auscultei o sentimento popular e me foi possível perceber as principais causas do harmonioso desenvolvimento daquele país alpino. Sem descurar da complexidade que a análise requer, chega-se facilmente à conclusão de que o sistema educacional austríaco, com oferta de ensino público de qualidade para todos, do fundamental ao superior, está na vanguarda dos fatores propiciadores do elevado padrão de vida dos compatrícios de Wolfgang A. Mozart. Isso retroage muito no tempo, porquanto, já em 1774, a Imperatriz Maria Theresa estabelecia as bases do sistema educacional do país, e, em 1365, era criada a Universidade de Viena, que até hoje mantém elevado nível de qualidade acadêmica. Os resultados da Prova Brasil, há poucos meses divulgados pelo MEC, mostraram a desastrosa situação do ensino básico público. O aprendizado de Matemática e Língua Portuguesa está bem abaixo do que se poderia considerar razoável. Evidente que há exceções, tanto de escolas quanto de alunos. Nas deficiências educacionais, principalmente no que concerne ao sistema público de ensino, repousam o baixo crescimento econômico, o subdesenvolvimento e as desigualdades sociais. Do mesmo modo, as crônicas e profundas desigualdades sociais são as causas da violência, da insegurança, da deterioração da qualidade de vida, do baixo índice de desenvolvimento humano, ou seja, tudo o que fere e deprime a consciência nacional. Está na hora da decisão de mudar a educação em nosso país. Dever não somente dos novos governantes, mas de cidadãos e cidadãs, das famílias, empresas, organizações públicas e particulares, enfim, de toda a sociedade. Mudar e melhorar a educação significa mudar e melhorar o Brasil. É de se registrar, com otimismo, uma iniciativa brasileira em prol da educação básica: líderes da sociedade civil, empresas, MEC, secretários de educação dos estados e municípios, entre outros, lançaram em São Paulo, dias atrás, o Compromisso Todos pela Educação. O movimento estabelece metas que devem ser atingidas em 16 anos, ou seja, até 2022, simbolicamente a data das comemorações do bicentenário da Independência. Nesse período, toda criança de 8 anos saberá ler e escrever, 80% dos jovens terão completado o ensino fundamental até os 16 anos, e 70% o ensino médio ao atingirem 19 anos, além de que 60% dos alunos serão suficientes quanto ao aprendizado, para a respectiva série. O financiamento público desses avanços se fará com o aumento do percentual do PIB para a educação básica, o qual passará de 3,5% para 5%. Lutar pelo desenvolvimento do Brasil por meio de radical mudança na educação é utopia? Talvez sim. Mas uma utopia realizável, conforme experiências tão positivas de vários países. E como Paulo Freire a define: “Para mim o utópico não é o irrealizável; a utopia não é o idealismo, é a dialetização dos atos de denunciar e anunciar, o ato de denunciar a estrutura desumanizante e anunciar a estrutura humanizante. Por esta razão a utopia é também um compromisso histórico”.

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