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A data 30 de Setembro é considerada Dia Estadual do Combate à Hanseníase. Para dar uma maior visibilidade à doença, ainda não erradicada no Brasil, foi realizado nesta quarta-feira (30), no Centro Universitário UNI-RN, o IX Simpósio de Hanseníase do Rio Grande do Norte. O evento, promovido pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), em parceria com a Prefeitura de Natal e a Universidade Federal do RN, ocorreu no auditório central da instituição.
A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa causada por uma bactéria. Acomete principalmente a pele e os nervos periféricos, mas também pode comprometer articulações, olhos, testículos, gânglios e outros órgãos. “As pessoas que contraiam a bactéria eram duramente discriminadas pela sociedade. A doença era um tabu e envolta em crenças simbólicas”, explica a professora Izabella Moura, membro do grupo de pesquisa em Saúde Mental e Coletiva da UFRN.
A palestra ministrada pela docente, “A hanseníase ao longo da História: dos tempos passados aos dias atuais”, abordou o histórico da ocorrência da lepra, como era chamada a hanseníase inicialmente, em todo o mundo. Ela destacou como fatores importantes para romper as barreiras do preconceito, a mudança na denominação da doença (a partir da década de 70) e o surgimento de políticas de controle da doença por parte do Ministério Público. Ações que contribuíram para a diminuição da discriminação contra pessoas atingidas pela hanseníase.
Para demonstrar a incidência da doença na capital potiguar, a coordenadora municipal do Programa de Controle da Hanseníase, Débora Gurgel, apresentou aos participantes “Os aspectos Epidemiológicos e perfil da Hanseníase no Município de Natal”. Os dados foram obtidos entre os anos de 2007 e 2014. Percebe-se um alto número de pacientes que chegam à cura e a diminuição dos infectados pela doença, apesar de no ano de 2009 haver uma prevalência de 62 casos, um número bem acima do ocorrido nos demais anos da pesquisa. Outra preocupação é o aumento dos casos não preenchidos, ou seja, o abandono do tratamento.
Programação
A programação seguiu pela manhã desta quarta-feira (30), com palestras sobre a doença, seus aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento. O coordenador estadual do Programa de Controle da Hanseníase no Rio Grande do Norte, Paulo Nóbrega, ministrou a palestra “Aspectos epidemiológicos e perfil da hanseníase no Estado do RN/SESAP”. Segundo o médico, apesar da doença atingir todas as classes sociais, a incidência de casos é maior na população de baixa renda, devido a fatores como falta de estrutura e saneamento básico. A região com o índice mais alto de detecção é a do Alto-Oeste, com destaque para Mossoró, mas há uma grande quantidade de municípios sem notificação, o que dificulta o registro desses dados.
As pessoas entre 20 e 64 anos são as que apresentam maior índice de casos da doença, que atinge mais o sexo masculino que o feminino. No Rio Grande do Norte já foram detectados 109 novos casos em 2015, e o objetivo é atingir 90% da cura neste ano.
“Queremos reduzir o número de casos para que a hanseníase deixe de ser um problema de saúde pública, e o RN está chegando cada vez mais perto desse objetivo. A hanseníase tem cura e é preciso acolher o paciente em todos os níveis de atenção, entendendo que ele não precisa ser isolado das pessoas. Depois de um mês de tratamento não existe mais risco de transmissão”, afirma o coordenador do programa.
O médico Fernando Cardoso, dermatologista do hospital que é referência no tratamento da doença no estado, o Giselda Trigueiro, proferiu a palestra “Fisiopatologia, diagnóstico e tratamento da hanseníase”. Foram demonstradas formas de detecção de casos, como a doença se apresenta e as formas de cura. O dermatologista também chamou a atenção para a necessidade do diagnóstico em fase inicial. “A detecção da doença precocemente ajuda a evitar que os pacientes adquiram sequelas. Há casos em que todos os moradores numa mesma casa tiveram hanseníase e ficaram com problemas neurológicos”, disse o médico.
A programação do evento foi encerrada à tarde com outras palestras e a apresentação de uma produção audiovisual sobre pesquisa em hanseníase, com a professora e enfermeira Ana Michele de Farias, do UNI-RN.
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